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22 agosto, 2006

O QUE É A REDE GRUMIN DE MULHERES

O QUE É A REDE GRUMIN DE MULHERES?

I-Histórico:

O GRUMIN surgiu filosoficamente em 1979, tomou corpo físico a partir de 1982 e formalizou-se juridicamente em 1987.
A organização surgiu pelo fato de sua fundadora ter testemunhado desde cedo, a saga de sua avó e família indígenas em busca da sobrevivência física, moral e étnica, após terem passado por um processo de violência que levou a referida família à imigração compulsória para ter sua vida garantida.
Sua fundadora, antes de 1979, peregrinou então para diversas terras indígenas no Brasil e percebeu a mesma história contada por sua avó, além de outros problemas identificados.
Surge então o GRUMIN na década de 80 por um pequeno grupo de mulheres e no I Encontro Potiguara de Luta e Resistência, solicitado pelo cacique da época, João Batista Faustino, o Grupo é ampliado com mulheres dessa e outras etnias.
O GRUMIN foi contemplado em 1996 pela Comunidade BAHÁ’í, com o “Prêmio Cidadania Mundial”, pelos trabalhos desenvolvidos em prol das mulheres indígenas do país, sendo sua fundadora indicada em 2005 ao Projeto Internacional “Mil mulheres ao Prêmio Nobel da Paz”.
II-Hoje:

A REDE GRUMIN DE MULHERES é uma rede formada por mulheres indígenas aldeadas e das cidades, por mulheres de origem étnica discriminadas social, sexual e racialmente, como indígena de miscigenação afrodescendente, ou vice-versa, entre outras.
A REDE objetiva:
1- Incentivar, mobilizar e organizar o segmento acima descrito, na defesa de sua integridade física, psicológica e ética- moral.
2- Capacitar e emponderar o público alvo referido na área de Educação, Saúde, Trabalho, Moradia, Questão Territorial, Cultural, Geração de renda, Gestão de Organização, Organização Estratégica, Direitos Reprodutivos e na área da Tecnologia da Informação.
3-Criar a Casa Rede Grumin de Mulheres, no Rio de Janeiro, centro formador de pessoal e Casa da Alimentação.
4-Elaborar jornais, boletins, livros, cartilhas conscientizadoras, material de divulgação para doação ou vendas.
5-Formar quadros profissionais que possam agenciar e multiplicar a própria existência da Rede Grumin de Mulheres.
6-Criar, fortalecer políticas públicas para a inclusão dessas mulheres transversalmente e interseccionalmente discriminadas e específicas no mercado de trabalho e nas escolas e universidades.
7-Criar projetos auto-sustentáveis para a permanência da Rede Grumin de Mulheres, como venda de livros, encontros literários, artesanatos, comidas típicas regionais, promoção de Shows, eventos culturais com nossos dois parceiros comerciais Moína Produções Artísticas e Eventos, e Cidadania Sem Fronteiras, sob o guarda-chuva GRUMIN (GRUPO DE GESTORES EM MISSÃO NACIONAL).
III-Com quem queremos dividir e somar nossa luta:

Mulheres indígenas, caboclas e descendentes urbanas e aldeadas, afrodescendentes, mulheres escritoras e jornalistas racial e sexualmente discriminadas, mulheres pajés não reconhecidas, xamãs e parteiras discriminadas, mulheres indígenas urbanas viúvas ou esposas de presidiários, mulheres afro ou indígenas urbanas infratoras, empregadas domésticas, operárias e prostitutas de origem afros e indígenas, caboclos e descendentes, mulheres étnicas de toda as categorias, mulheres étnicas de opções sexuais diversas que sofrem discriminações sociais, raciais e de gênero por deslocamento interno ou nacional, por conflitos ou guerras, inclusive deslocando-se para fora do Brasil, entre outras.
IV-Equipe de Coordenação:

1- Wilma Maria dos Santos
2- Zenilda Sateré Mawé
3- Rosy Kariri
4- Maria de Fátima Potiguara
5- Daline Lima
6- Maria Aparecida Potiguara
7- Lúcia Guarany
8- Eliane Potiguara

9-Silvia Nobre Wajãpi

Coordenação Geral: Eliane Potiguara

V- Parceiros:

ASHOKA (Empreendedorismo social)
CEDIM – Conselho Estadual dos Direitos da Mulher
CEDOICOM (Centro de Documentação e Informação COISA DE MULHER)
Centro de Estudos Xamânicos
Cidadania Sem Fronteiras (parceiro cultural)
Comitê Intertribal de Ciência e Tecnologia
FUNAI/Paraíba
FUNAI/Rio de Janeiro
FUNASA( Fundação Nacional de Saúde)
GRUMIN/Rede de Comunicação Indígena (apoio Navajo Nation/Usa)
INBRAPI (Instituto Indígena Brasileiro para a Propriedade Intelectual)
Moína Artísticas e Eventos (parceiro cultural)
OPÇÃO BRASIL
REDEH _ Rede de Desenvolvimento Humano
Rede Feminista de Saúde
Rede Povos da Floresta
UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) (PRÓ-ÍNDIO)


VII-Apoios recentes

ASFEM (Associação dos Funcionários Estaduais e Municipais/rj)
Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Comunidade BAHÁ`Í do Rio de Janeiro

João Fortes
Luiz Carlos da Silva
Vereador Brizola Neto(PDT)/RJ

VI- Articulações nacionais e internacionais

a) A REDE GRUMIN DE MULHERES esteve envolvida nos trabalhos locais na área indígena Potiguara, desde 1979/1996 tendo uma coordenação comunitária, e nacionalmente envolvendo outras etnias dos Estados brasileiros. Desenvolveu dezenas de projetos de Educação, Saúde e Trabalho objetivando geração de renda, realizando capacitações, conferências, participações em campanhas pelos direitos indígenas, enfocando a visibilidade da mulher indígena tanto na esfera nacional, quanto internacional. De 1996 a 2006 a Rede se ocupou a registrar em livros, sites, blogs, listas de discussão na Internet o fortalecimento de uma LITERATURA de cunho Indígena e de uma Rede de Comunicação Indígena.

2- A REDE GRUMIN DE MULHERES esteve envolvida como organização DELEGADA na articulação nacional e internacional da Conferência de Durban, África do Sul (2001), e na pré-Conferência Regional das Américas (2000-Santiago/Chile), e delegada das Conferências municipais, estaduais e nacional organizada pelo SEPPIR (2005), culminando com a nossa participação na Conferência das Américas sobre Racismo em agosto/2006/Brasília.

3- A REDE GRUMIN DE MULHERES, esteve envolvida como organização DELEGADA, nas articulações do movimento feminista brasileiro para as Conferências locais, estaduais, nacionais e internacionais que desembocaram nos eventos das Nações Unidas para a Promoção da Mulher, como a Conferência sobre População em Cairo (1994), como a Conferência Del Mar Del Plata, como a Conferência de Beijing (1995) e outros desdobramentos.
A REDE GRUMIN DE MULHERES esteve como observadora da Reunião “DIÁLOGOS” organizada pela a Unifem para Mulheres em Brasília/agosto 2006.

4- A REDE GRUMIN DE MULHERES esteve envolvida como organização DELEGADA nas articulações do Grupo de Trabalho sobre Povos Indígenas das Nações Unidas na elaboração da Declaração Universal dos Direitos Indígenas, desde 1990 até 1996, e 2001, tendo sido delegada pelo IITC (International Indian Treaty Council), por ter exposto para 1500 indígenas no Congresso dos índios Norte-Americanos/New México (1989), a situação de violência que os povos indígenas brasileiros estavam vivendo. Tudo isso culminou com o envio de uma moção ao governo brasileiro pelo referido Congresso. A Rede participou ainda, de centenas de articulações nacionais e internacionais na defesa dos povos indígenas, culminando com sua premiação pela Comunidade BAHÁI, que trabalha a PAZ MUNDIAL, com o título Cidadania Internacional ““.

VII-Contato:

http://redegrumindemulhereres.blogspot.com/
http://www.elianepotiguara.org.br/organizacao.html

E-mail:
grumin@elianepotiguara.org.br

05 agosto, 2006

ASSEMBLÉIA GERAL DA REDE GRUMIN DE MULHERES

REDE GRUMIN DE MULHERES

Temos o prazer em informá-la/o sobre a Assembléia Geral da REDE GRUMIN DE MULHERES
CNPJ: 31.885.635/001-47
Banco do Brasil
Agência 0477/ Conta corrente 29261-9
http://www.elianepotiguara.org.br/grumin.html
E-mail: grumin@elianepotiguara.org.br

Data: 29 de agosto de 2006
Horário: das 09 às 17 horas
Local: CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO/BRASIL
Endereço: Praça Floriano s/n. Cinelândia - auditório.

Infelizmente no Brasil, ainda existe o racismo intergrupal, interétnico ou inter-racial, inclusive com pessoas da mesma origem. A REDE GRUMIN DE MULHERES tem como objetivo principal, identificar e acolher setores de mulheres discriminadas sexual, racial e socialmente com bases em sua origem étnica, levando em consideração a transversalidade e interseccionalidade, que envolve esse segmento discriminado. O questionável processo de miscigenação é um dos fatores que reforçou a situação de racismo, intolerância e xenofobia social inclusive nas camadas pobres. Fortalecer e capacitar e empoderar as mulheres contra a discriminação sócio-racial e cultural é um de nossos maiores desafios.

Um pouco da nossa história:

1- A REDE GRUMIN DE MULHERES esteve envolvida nos trabalhos locais na área indígena Potiguara, desde 1979/1996 tendo uma coordenação comunitária, e nacionalmente envolvendo outras etnias dos Estados brasileiros. Desenvolveu dezenas de projetos de Educação, Saúde e Trabalho objetivando geração de renda, realizando capacitações, conferências, participações em campanhas pelos direitos indígenas, enfocando a visibilidade da mulher indígena tanto na esfera nacional, quanto internacional. De 1996 a 2006 a Rede se ocupou a registrar em livros, sites, blogs, listas de discussão na Internet o fortalecimento de uma LITERATURA de cunho Indígena e de uma Rede de Comunicação Indígena.

2- A REDE GRUMIN DE MULHERES esteve envolvida como organização DELEGADA na articulação nacional e internacional da Conferência de Durban, África do Sul (2001), e na pré-Conferência Regional das Américas (2000-Santiago/Chile), e delegada das Conferências municipais, estaduais e nacional organizada pelo SEPPIR (2005), culminando com a nossa participação na Conferência das Américas sobre Racismo em agosto/2006/Brasília.

3- A REDE GRUMIN DE MULHERES, esteve envolvida como organização DELEGADA, nas articulações do movimento feminista brasileiro para as Conferências locais, estaduais, nacionais e internacionais que desembocaram nos eventos das Nações Unidas para a Promoção da Mulher, como a Conferência sobre População em Cairo (1994), como a Conferência Del Mar Del Plata, como a Conferência de Beijing (1995) e outros desdobramentos.
A REDE GRUMIN DE MULHERES esteve como observadora da Reunião “DIÁLOGOS” organizada pela a Unifem para Mulheres em Brasília/agosto 2006.

4- A REDE GRUMIN DE MULHERES esteve envolvida como organização DELEGADA nas articulações do Grupo de Trabalho sobre Povos Indígenas das Nações Unidas na elaboração da Declaração Universal dos Direitos Indígenas, desde 1990 até 1996, e 2001, tendo sido delegada pelo IITC (International Indian Treaty Council), por ter exposto para 1500 indígenas no Congresso dos índios Norte-Americanos/New México (1989), a situação de violência que os povos indígenas brasileiros estavam vivendo. Tudo isso culminou com o envio de uma moção ao governo brasileiro pelo referido Congresso. A Rede participou ainda, de centenas de articulações nacionais e internacionais na defesa dos povos indígenas, culminando com sua premiação pela Comunidade BAHÁI, que trabalha a PAZ MUNDIAL, com o título Cidadania Internacional “.


Com quem queremos dividir e somar nossa luta:

Mulheres indígenas, caboclas e descendentes urbanas e aldeadas, afrodescendentes, mulheres escritoras e jornalistas racial e sexualmente discriminadas, mulheres pajés não reconhecidas, xamãs e parteiras discriminadas, mulheres indígenas urbanas viúvas ou esposas de presidiários, mulheres afro ou indígenas urbanas infratoras, empregadas domésticas, operárias e prostitutas de origem afros e indígenas, caboclos e descendentes, mulheres étnicas de toda as categorias, mulheres étnicas de opções sexuais diversas que sofrem discriminações sociais, raciais e de gênero por deslocamento interno ou nacional, por conflitos ou guerras, inclusive deslocando-se para fora do Brasil, entre outras.

Nossos Objetivos específicos:

1- Incentivar, mobilizar e organizar o segmento acima descrito, na defesa de sua integridade física, psicológica e ética- moral.
2- Capacitar e emponderar o público alvo referido na área de Educação, Saúde, Trabalho, Moradia, Questão Territorial, Cultural, Geração de renda, Gestão de Organização, Organização Estratégica, Direitos Reprodutivos e na área da Tecnologia da Informação.
3-Criação da Casa Rede Grumin de Mulheres, no Rio de Janeiro, centro formador de pessoal e Casa da Alimentação.
4-Elaborar jornais, boletins, livros, cartilhas conscientizadoras, material de divulgação para doação ou vendas.
5-Formar quadros profissionais que possam agenciar e multiplicar a própria existência da Rede Grumin de Mulheres.
6-Criar, fortalecer políticas públicas para a inclusão dessas mulheres transversalmente e interseccionalmente discriminadas e específicas no mercado de trabalho e nas escolas e universidades.
7-Criar projetos auto-sustentáveis para a permanência da Rede Grumin de Mulheres, como venda de livros, encontros literários, artesanatos, comidas típicas regionais, promoção de Shows, eventos culturais com nossos dois parceiros comerciais Moína Produções Artísticas e Eventos, e Cidadania Sem Fronteiras, sob o guarda-chuva GRUMIN (GRUPO DE GESTORES EM MISSÃO NACIONAL).

Portanto a Assembléia Geral da REDE GRUMIN DE MULHERES a ser realizada no dia 29 de agosto de 2006, das 09 às 17 horas, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro (auditório) será um momento propício para refletirmos sobre o presente e elaborar propostas para o futuro.

Nossos parceiros:

ASHOKA (Empreendedorismo social)
CEDIM – Conselho Estadual dos Direitos da Mulher
CEDOICOM (Centro de Documentação e Informação COISA DE MULHER)
Cidadania Sem Fronteiras (parceiro comercial)
Deputada Jurema Batista(PT)/RJ
GRUMIN/Rede de Comunicação Indígena (apoio Navajo Nation/Usa) (Comunicação)
INBRAPI (Instituto Indígena Brasileiro para a Propriedade Intelectual)
Moína Produções Artísticas e Eventos (parceiro comercial)
REDEH _ Rede de Desenvolvimento Humano
UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) (área acadêmica)
Vereador Brizola Neto(PDT)/RJ



E-MAIL:
grumin@elianepotiguara.org.br
http://grumin.blogspot.com/


http://www.elianepotiguara.org.br/grumin.html

06 julho, 2006

DECLARAÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS

DECLARAÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS


Vou contar um pouco da minha visão e participação neste processo:
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou a Declaração Internacional dos Direitos dos Povos Indígenas, neste final de junho de 2006. Foram trinta votos a favor, doze abstenções( entre elas, a Argentina) e dois votos contra (Canadá e Rússia). Durante vinte anos, organizações do mundo inteiro estiveram presentes nas sessões anuais.Antes, indígenas não podiam entrar na ONU! Uma das primeiras a conseguir esse espaço foi o Conselho Internacional dos Tratados Indígenas, na época representado na Onu por Antônio Gonzales, um indígena americano, veterano da Guerra do Vietnan, que muito contribuiu pela conquista desse espaço.O IITC conseguiu Status Consultivo na Comissão e dali outras organizações foram crescendo, como a SAIIC, as Primeiras Nações, Os Crees do Canadá entre outras. Anos depois, Rigoberta Menchu, índia guatemalteca, transformou-se num marco, antes e após sua nomeação ao Prêmio Nobel da Paz. O Conselho Mundial de Igrejas, através de Bob Scott, Bispo indígena Eugênio Poma, minha amiga Marilia Schuller tiveram um papel muito importante no apoio às reuniões preparatórias que antecediam às reuniões do Chamado Grupo de Trabalho sobre Povos Indígenas. Ali todos e todas éramos uma família, me lembro bem, pois o GRUMIN/Grupo Mulher-Educação Indígena, através de minha pessoa estava ali representado. Eu havia conseguido chegar lá porque estivera numa Assembléia do Congresso Norte-Americano falando para três mil indígenas no Novo México, cidade de Albuquerque/USA em 1989 e denunciei a violação dos Direitos Indígenas no Brasil e nesse Congresso saiu uma Resolução que foi enviada pelos indígenas americanos ao governo do Brasil ! Por essa razão, o Conselho Internacional dos Tratados Indígenas solicitou ao Fundo Voluntário da Onu para Povos Indígenas uma "beca" (bolsa) para que eu pudesse estar como delegada do IITC. Tempo depois, consegui recursos do mesmo Fundo para levar o ex-prefeito indígena Marcos Antonio Potiguara, na época chefe de Posto da Funai, para que ele mesmo falasse dos problemas Potiguara. Estive ali trabalhando voluntariamente de 1990 a 1996 e depois em 2001. Neste Ano, o Grupo discutia "Que desenvolvimento queremos para povos indígenas".Vários indígenas brasileiros estiveram ali, como os xavantes, a Edna, filha do Marçal Tupã-Y, Maninha Xucuku-Kariri, Terenas, Kaigangs entre outros.
É claro que muitas pessoas, como minha amiga Pierret, do Docip, Julien Burger, Sra. Érica Daes, a senhora grega que presidia as sessões, o cubano Afonso Martinez trabalharam do outro lado por essa vitória! Foram muitas pessoas que contribuiram para esse processo.Vieram novas pessoas, dirigentes, etc. Não dá para relatar todos os preciosos nomes, organizações indígenas, organizações não governamental, embaixadores, personalidades, artistas, organizações técnicas de apoio a projetos aos povos indígenas, Bancos, Igrejas, Universidades, cientistas, parlamentares, sindicatos, uma infinidade de pessoas, um mundo realmente.O Forum Permanente para Povos Indígenas foi criado como resultado desse processo, faltando apenas o Brasil , o único a não ser representado por indígenas.Atualmente assistem às reuniões do Forum os indígenas Azelene Kaigang, Fernanda Kaigang, Marcos Terena, Mirian Terena, entre outros e outras.O Sr. Eduardo Almeida, ex-presidente da Funai é o representante do governo no Forum, atualmente.
Eis aqui o meu primeiro pensamento e emoção quando soube da aprovação da Declaração:
"Meu coração pulsou fortemente e o sangue jorrou pelas estradas indígenas e indigenistas, transformando-se em caminhos de pétalas, outrora pisoteados pela injúria e a injustiça. Hoje a dignidade se faz pela luta e conquista. Ninguém nos deu nada! Povos indígenas trabalharam e mostraram sua capacidade em busca da sensibilização de sua causa.Parabéns ao Grupo de trabalho para a Declaração Internacional dos Direitos sos Povos Indígenas, 20 anos de labuta!"
A Declaração pode ser um importante instrumento jurídico a ser apresentado ao governo brasileiro na defesa dos direitos dos Povos Indígenas. Eliane Potiguara, pensadora indígena
www.elianepotiguara.org.br

VEJA O NEWSLETTER DO MES DE JUNHO/JULHO DE 2006 ATRAVÉS DO:
http://www.elianepotiguara.org.br/newsletter.html

08 março, 2006

QUER SER MULHER? Perguntou Deus!

QUER SER MULHER? Perguntou Deus!
Texto de: Eliane Potiguara
Local onde está o texto:
http://grumin.blogspot.com/
www.elianepotiguara.org.br

DISSE O CRIADOR:
”Seres viventes que quiserem ser mulheres_ serão mensageiras_ porque ser uma mulher é uma missão”. As mulheres do planeta Terra serão inseridas em várias categorias.São As Mulheres do Mundo!Vejam bem e pensem se aceitam essa classificação, pergunta Deus, porque não fui Eu que criei! Foram os homens no espírito da competição.Eu criei o Universo e a vida. Eis a classificação:

1-As Dalits indianas são as “intocáveis”, assim como seus maridos, filhos e gerações.Morarão nas ruas, nos becos ou estações de trem desativadas.Passarão frio e fome.Quem lhes tocar, cairá em desgraça. Outras indianas, na maioria paupérrimas, sem direitos de mulher, poderão ser queimadas vivas em suas próprias cozinhas, caso contrarie seu homem intolerante e violento.As ricas estarão sob o domínio masculino, assim como as mulheres do mundo.Sofrerão também apesar da riqueza material, cultural e espiritual.

2-Algumas muçulmanas de grupos etnicos de 28 paises terão seus clitóris decepados e nunca sentirão o gozo do amor. Suas peles frescas jamais sentirão os ventos divinos porque homens inseguros e competitivos as esconderão como tesouros perdidos. As que puderem dançar a dança do ventre e exibirem seu corpo escultural, apenas afagarão as fantasias eróticas de seus donos. Mas, ai delas se os contrariarem, serão apedrejadas até a morte!Eles poderão ter mil mulheres. Elas, se o traírem, irão às praças públicas para serem sacrificadas como animais.

3-As esposas coletivas nos desertos africanos ou as esposas dos Sultões no Oriente Médio brigarão entre si pela hegemonia do grupo e pela atenção do marido alienado, um narciso e famigerado, “donos do El Dourado” e do poder. Seus filhos estarão enquadrados em categorias de juízo de valor, como o melhor ou pior, do mais ou do menos, de Deus ou do Diabo.Trabalharão sem parar para dar prazer ao patrão.As mulheres serão seqüestradas, objetos de prazer e condenadas ao trabalho braçal.

4-As viúvas das guerras na Europa ocidental e oriental, e conseqüências dessas políticas em outros países (Guerras Mundiais) tornar-se-ão verdadeiras matriarcas na solidificação das novas sociedades contra o analfabetismo e a submissão ao nazi-facismo.Terão direito ao voto após a luta contra os dogmas das igrejas, das ideologias, das filosofias. Crescerão com o sofrimento das avós e poderão ajudar ao “chamado terceiro mundo”.

5-Na China, nunca mais uma menina terá seus pés amarrados para que não possa
desbravar rumos e estradas. Nunca mais seu bebê será colocado no telhado, para morrer à mingua, por ser mulher.As gueixas se libertarão.A cultura não será mais motivo da exploração e submissão da mulher.As mulheres afegãs sofrerão muito, mas darão uma exemplo de construção de outra sociedade. As mulheres asiáticas mostrarão nova face.

6-As viúvas dos pescadores, dos mineiros das minas preciosas, das construtores de arranha-céus e viadutos, dos astronautas, dos cientistas, dos empresários, dos canavieiros, dos garimpeiros, dos operários e dos campesinos deverão saber que serão viúvas para que se sintam fortes, para que criem seus filhos_ sozinhas_ e construam outra sociedade que não essa, desde antes e depois de Maomé, Buda e Cristo. Esses homens viverão a luta de classes em vários níveis e o seu resultado, até que um ponto estratégico seja clarificado pelas mentes iluminadas, HOMENS OU MULHERES guerreiros!Gente mesmo do povo!

7-Os meio- homens /meio-mulheres ou vice-versa, e alguns homens que assumirem seu lado feminino e vice-versa farão parte da luta contra o sexismo institucional e sofrerão da baixo auto-estima.Serão objetos sexuais e sofrerão estupros mentais.Mas marcarão época!

8-As negras, mulatas e mestiças do passado e do presente, sentirão nas carnes as marcas a sangue e a ferro quente de seus algozes; serão escravas do prazer, do trabalho forçado, no plano moral e espiritual.Verão seus maridos amarrados às árvores no passado, nas cadeias super-lotadas ou entregues ao desemprego, no presente Serão xingadas, amaldiçoadas, maltratadas, humilhadas, racializadas como vermes, inclusive pelos seus próprios pais ou parentes masculinos. Irão parir filhos errantes que poderão vir a ser menores abandonados nos mocambos, nas senzalas, nos desertos, nos cortiços, nas favelas, nos guetos e nas ruas.Muitos de seus filhos serão drogados, violentos, marginais no tráfico das drogas.Muitos estuprarão meninas e as levarão ao caos. Muitas se drogarão com o “ópio”, assim como muitas mães e avós se embriagarão ao sabor do álcool para esquecer sua dor, até que uma e várias delas arranquem as correntes seculares através da força da palavra, da dignidade de mulher e da ação comunitária, num GRITO de BASTA!

9- As mulheres caboclas, seringueiras, quebradeiras de coco, trabalhadoras rurais, empregadas domésticas e faxineiras, catadoras de lixo, papelão e latinhas, professoras primárias mal remuneradas, operárias, quilombolas aprenderão a falar ou a escrever cartas contra as desigualdades sociais e dirão ao mundo que o Ato Institucional nº05 de 1967/68, no Brasil, seqüestrou, torturou e assassinou mais mulheres do que se pensa, nas cidades e nos campos!Essas mulheres lutarão contra a destruição do planeta, a poluição das águas e do ar, o desemprego, o vírus do HIV, as hepatites, tuberculoses, abortos clandestinos, mão de obra-escrava, suicídios, agressões físicas, psicológicas,e morais, estupros, fome e miséria humana.Haverá dia em que não terão nada para comer e nem para filhos.Mesmo assim, serão as VITORIOSAS, porque se organizarão.

10-As mulheres indígenas do planeta terão suas terras roubadas, suas culturas e espiritualidades dilaceradas, suas vidas ceifadas e gerações e gerações de filhos discriminados na sociedade urbana e rural e desprezados pelos políticos e empresários. Terão suas culturas penduradas em Museus ou demonstradas em desfiles de Carnaval, como seres do passado, ou do folclore. Servirão de chacotas em cidadelas e pedirão esmolas.Os homens se embriagarão e ficarão fracos ou loucos. Seus filhos serão frágeis e uma onda de extermínio acobertará tribos inteiras, até que mulheres e homens fortes, como muitos líderes que virão ouçam a voz da ancestralidade, vejam as marcas de jenipapo cravadas nas caras étnicas como uma marca imposta por Mim_ NHENDIRU, o Criador _e que sintam a chama eterna da IDENTIDADE INDÍGENA para ser respeitada e aceita, como um exemplo para o planeta terra. Exemplo de uma etnia humana que sangrou, retomou a voz ancestral e ética e sobreviveu a todo o processo de escravidão do passado e do presente e que realmente possa ensinar a filosofia da igualdade e fraternidade. Porque os povos indígenas são meus filhos primogênitos dos cinco continerntes, foram os primeiros que Eu coloquei neste planeta, por conhecerem o princípio ético do equilíbrio na natureza.Povos indígenas devem ser exemplo do BOM CONVÍVIO COM A SOCIEDADE E A NATURERZA.Exemplo de prosperidade ética e espiritual.
E entre os próprios indígenas, a intolerância e o racismo transversos devem acabar.Avós, bisavós, tataravôs devem ser respeitados pelos novos líderes e se desaldeados devem ser considerados no seu processo de imigração compulsória, no desterro.Os descendentes indígenas urbanos ou rurais serão filhos e filhas da terra como ele/ela próprios, sem intolerâncias ensinadas pelo Poder, burguesia ou entrigas pessoais.

Ao finalizar os 10 pontos, DEUS, que muito sabiamente já havia criado o Universo e a vida, concluiu que o Homem, criou a competição e o egoímo. Por isso Deus apresentou as opções, porque os homens quiseram competir com o CRIADOR. O homem egoísta criou o poder, a competição, o dinheiro e a escravidão. Nesses milhares e milhares de séculos, muitas mulheres têm se destacado, para por fim ao processo histórico, político e social.Muitos homens bons e dignos vêm à cola na solidariedade às mulheres.
São mulheres de Deus, são mensageiras divinas que devem ser respeitadas. São verdadeiros anjos milenares que ao serem desrespeitados, a roda da evolução dos seres neste planeta pára.A sociedade deve reconhecer o papel de cada mulher na natureza e ajudá-la.
A injúria, a mentira, a intriga, a violência contra esse se r de luz, recai automaticamente, pela lei da causa e efeito sob a cabeça de quem o faz, trazendo à tona a infelicidade.

MULHERES DO MUNDO pedem solidariedade, não só ao processo particular, individual, de quem está envolvido com essa luta, como ao processo coletivo em busca de qualidade de vida e felicidade para todos os seres do planeta, pois é na diversidade cultural, étnica, religiosa, linguística que se aprende o respeito entre os seres humanos.Essa é a caminhada pela PAZ.

A DENÚNCIA
Ó mulher, vem cá.
Que fizeram do teu falar?
Ó mulher conta aí...
Conta aí da tua trouxa
Fala das barras
Dos calos nas mãos.
O que te faz viver, mulher?
Bota aí teu armamento.
Diz aí o que te faz calar...
Ah! Mulher enganada
Quem diria que tu sabias falar!

Texto de ELIANE POTIGUARA
http://www.elianepotiguara.org.br
http://www.fotolog.terra.com.br/elianepotiguara
*Eliane Potiguara é escritora e professora, 55 anos, Indicada ao Mil Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz. Autora de METADE CARA, METADE MÁSCARA, pela Global Editora. E-mail de contato: elianepotiguara@uol.com.br

04 fevereiro, 2006

DIAMANTE INTERNO: O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA

DIAMANTE INTERNO: O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA

Toda a Humanidade em sua maioria e no seu mais profundo momento íntimo busca o despertar da consciência humana. Nos seus momentos de silêncio e reflexão, por mais alienada que seja, a sociedade certamente busca o resgate de algo que se perdeu no nosso passado histórico. Há milhões e milhões de anos, seres humanos buscam dignidade de vida enfrentando poderes, não só ocultos, mas poderes culturais e sócio-econômicos. Não quero entrar na discussão do porquê de tudo isso, porque entraria em filosofias, correntes, divergências, processos históricos, etc. Quero apenas enfatizar que o ser humano é um eterno buscador. Ele busca a alegria, a felicidade, a paz, melhores condições de vida para si e seus semelhantes.

A maneira que a humanidade encontrou para resistir às adversidades da vida e encontrar as respostas para aquilo que perdeu ou esqueceu é através da religiosidade, da espiritualidade, da concentração e dos estudos, na busca do conhecimento contra a ignorância imposta, subliminarmente forjada pelo Poder. Nesse sentido, aquele que procura, depara-se com o fenômeno do despertar da consciência.

"Séculos e séculos se passaram e centenas de representações religiosas ou espirituais foram criadas de acordo com a cultura e cosmovisão de cada povo, de cada etnia, principalmente de acordo com os padrões sócio-econômicos da cada um. Imagens, cerimônias, mitologias, liturgias, símbolos, tambores, chocalhos e atabaques são conseqüências das criações, não fazem mal a ninguém. São expressões da arte na religiosidade e na espiritualidade. O que faz mal é a pretensão de querer ser melhor do que os outros ou ser o dono da razão, quando existe uma grande diversidade de pensamentos entre a humanidade", escrevi num texto sobre "intolerância interseccional", publicado na Agência de Imprensa Indígena (AIPIN), (México, 2005).

Lamentavelmente, algumas correntes religiosas associadas ao grande capital, no passado, buscaram a hegemonia, desconsiderando, a partir de seus próprios juízos de valor morais, éticos e filosóficos, a fé dos povos que subjugavam. Cada vez que povos ou etnias sentiam-se rejeitados, subjugados, racializados, mais crescia a sua fé e suas crenças através da liderança do pajé ou ialorixá/ babalorixá, no caso dos povos indígenas das Américas e da África respectivamente - povos resistentes que praticavam a conexão do homem com o sagrado. Cada vez mais fortaleciam suas culturas, tradições e cosmovisão. Assim foi a história dos povos aborígines, dos povos indígenas, dos povos nativos dos grandes continentes até hoje. Por isso a resistência indígena é forte no planeta Terra. Há de se ouvir a voz indígena!

O capital dividiu povos ricos e pobres e fracionou as mentalidades. Baseados em culturas particulares surgiram centenas de líderes religiosos e espirituais, como, por exemplo, Maomé, Buda, Jesus Cristo, Oxalá e Krishna, todos pregando a mesma filosofia através dos tempos. Todos são atrelados à Poderosa Força Cósmica, ao Criador, ao Grande Espírito e ao Cristo Cósmico, ao Buda Cósmico ou a Oxalá, dependendo de cada cultura ou vertente. Tudo isto representa uma grande riqueza espiritual! É preciso enxergar a unidade na diversidade.

O xamanismo é um termo que designa a filosofia de estar em viagem entre mundos mentais, físicos, espirituais, psicológicos. Não é uma religião. É uma forma de estar na vida e no Planeta. Povos contestadores das religiões impostas adaptaram-se a esse estar no mundo, ao longo do tempo. Antigos povos já praticavam essa filosofia. Na modernidade, seres conscientes adquiriram o sentimento de amor pela Mãe-Terra e entenderam que era necessária a prática da conservação do Planeta Terra - daí todo "ser xamânico" ser holístico. Aqueles que verdadeiramente estiverem dentro desses padrões, são Visionários. Os que mentem ou comercializam a fé, não permanecerão.

Povos indígenas, afeiçoados à sua cultura, tradições, educação, saúde e espiritualidades diferenciadas fortaleceram sua cosmovisão diante do mundo e mostraram sua defesa publicamente, através dos movimentos organizados, nos planos nacional e internacional. A exemplo disso, cita-se a defesa da cultura através da legislação específica que foi criada dentro das Nações Unidas, com o Grupo de Trabalho sobre Povos Indígenas, que trabalhou vinte anos para produzir a Declaração Universal dos Povos Indígenas.

No Brasil, centenas de organizações indígenas buscam o mesmo objetivo: a defesa do conhecimento ancestral, do patrimônio cultural.

Cito aqui um pequeno texto de uma carta elaborada por um conjunto de pajés em 2004:

(...)"Tendo em consideração a necessária defesa do direito de nossos povos diante dos processos de apropriação destes saberes e visões próprias, herdadas de nossos ancestrais, insiste na afirmação de princípios fundamentais à dignidade dos povos, pressupondo o respeito à livre e esclarecida decisão quanto ao acesso e uso do acervo de conhecimentos que envolvem a sensível e frágil Teia da Vida, que em nossas culturas ainda se constitui no verdadeiro patrimônio da humanidade, não podendo estar disponível para os usos e acessos previstos nas discussões entre governos (OMC, OMPI) e representantes das empresas no amplo processo de negociação das partes acerca dos recursos genéticos, conhecimentos tradicionais e patrimônios culturais dos povos indígenas".O patrimônio dos povos indígenas não está disponível para usos e acessos.

O povo brasileiro é um povo muito místico. É intuitivo, importa-se com os sonhos. É religioso. Traz no seu interior a herança dos povos indígenas, povos negros, povos amarelos, povos brancos - como se vê na nossa diversidade de religiões e espiritualidades.

O bonito é o respeito entre crenças, fés e doutrinas. O xamanismo e a pajelança são vertentes diferentes, por isso xamã é xamã e pajé é pajé, assim como o padre é padre e o pastor ou pai ou mãe de santo são eles mesmos. Cada um tem seu tempo de trabalho e formação próprios e específicos. O intercâmbio é maravilhoso e o ecumenismo deveria ser mais ativo no Brasil!

Nas tradições indígenas, o pajé é a expressão máxima representada, em forma humana, da espiritualidade e da cura. Seu dom é nato, porque é passado de geração para a geração. Nenhum pajé faz curso para ser pajé, ele adquire conhecimentos através da ancestralidade tribal, e desde a sua infância, ao ver seus avós e bisavós praticarem curas e rezas pelo bem da comunidade. O pajé é um ser totalmente desprovido de valores materiais. É um visionário nato. Seu maior bem é o dom ofertado com honras pelo Criador. Ele está sempre em conexão com o mundo atemporal, com atitudes concentradas e observadoras. O pajé é um sábio e está sempre disponível para atender o seu povo, doando sua cura de forma "solidária". Não há uma relação capitalista entre pajé e doente, entre o pajé e a comunidade. O pajé e sua pajelança representam, na realidade, a maior expressão nata dos conhecimentos tradicionais, a propriedade intelectual indígena, mesmo que ele não tenha conhecimentos científicos para compreender a defesa dos seus direitos indígenas. Por outro lado, cada pajé pertence a uma etnia específica indígena provida de valores, costumes, crenças específicas. Um pajé de uma certa etnia pode agir de forma distinta de um pajé de outra etnia. O pajé pode ter, se quiser, uma relação capitalista com indivíduos urbanos, pois o seu ofício equivale ao de um médico entre nós.

Nas tradições africanas, é o ialorixá ou babalorixá que representa estes conhecimentos. É ele quem mantém a resistência viva. O pajé, o xamã, os ialorixás, os babalorixás, os padres e os sacerdotes despertam a nossa consciência, nos fazem lembrar que somos todos iguais.

O que nós humanos estamos precisando lembrar, no fundo de nossos corações, no fundo de nossos neurônios adormecidos e no fundo de nossa alma primeira, é deste bem precioso, um diamante que perdemos ou esquecemos, um passaporte ético para a verdadeira Nova Era. Esse é o esforço que temos que fazer para resgatar essa memória ancestral perdida através de milhões e milhões de anos - somente assim o sofrimento e as diferenças não existirão mais entre nós, seres terráqueos.

Para isso, é necessário que os espíritos da Inteligência, da Humildade, da Fraternidade, da Fé, do Amor Universal, da Justiça, da Força e da Paz - atrelados à grande Mente Ancestral (O grande espírito, o Criador) que está dentro de nós - sejam trabalhados em todos os corações através da observação, da concentração, do estudo e da aplicação desses bens divinos à Humanidade.

Esses espíritos em cada cultura podem ser representados de formas diferentes como, por exemplo: na forma entes da natureza (aves, peixes, mamíferos); terra, água, ar, fogo; pontos cardeais (norte, sul, leste, oeste); planetas e manifestações da natureza, como a lua, o sol, as estrelas, o trovão, os raios, as tempestades, os maremotos, os rios, as cascatas, as cachoeiras, os mares, as chuvas; os mensageiros de Deus, os anjos, os arcanjos e os santos. Enfim, uma gama elementos da própria natureza. O importante é a essência, não a forma! Respeitemos a cultura de cada povo e suas representações simbólicas, porque tudo é muito lindo e abençoado é aquele que compreende essa riqueza de expressão e sentimentos.

Texto de Eliane Potiguara
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03 janeiro, 2006

GRUMIN/Rede de Comunicação Indígena

População indígena do país cresce 149,6% em uma década, revela IBGEChico Santos (Valor) Do Rio
População indígena do país cresce 149,6% em uma década, revela IBGEChico Santos (Valor) Do Rio Foto: Nelson Perez/Valor Eduardo Nunes, presidente do IBGE: aumento da população indígena urbana A população indígena brasileira cresceu 149,6% entre os Censos de 1991 e 2000, segundo dados do IBGE. O número total de brasileiros que se autodeclaram indígenas passou de 294,1 mil para 734,1 mil de um levantamento para outro. Os números, contidos em publicação inédita que analisa a situação dos índios no país a partir de dados dos dois censos, revelam também que, graças ao fenômeno urbano, a população indígena do Sudeste passou de 10,4% para 22% do total dos indígenas brasileiros, enquanto a participação da região Norte caiu de 42,4% para 29,1%. Embora seja reconhecido que a partir dos anos 80 a tendência à redução da população indígena do Brasil começou a se reverter, o próprio IBGE assume que o número levantado em 2000 pode ser mais efeito da forma de apuração do que de um efetivo aumento demográfico. Uma das hipóteses, admitidas tanto pelo presidente do IBGE, Eduardo Nunes, como pela antropóloga Maria Elizabeth Brêa, assessora da presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai), é que um significativo contingente de pessoas que antes se declarava pertencente a outro grupo étnico, no Censo de 2000 se apresentou como indígena, às vezes apenas por uma vaga idéia de que teve um ancestral indígena. O número apurado pelo IBGE em 2000 representa quase 300 mil indivíduos a mais que a estimativa da Funai para este ano, que é de 440 mil indígenas no país. Essa população, segundo explicou Maria Elizabeth, é circunscrita às terras indígenas e ao seu redor. Na tentativa de aproximar os números da realidade demográfica das comunidades indígenas, o IBGE criou, no Censo de 2000, a categoria de população "rural específica", que abrange aqueles que se declararam indígenas, e que vivem em áreas rurais dos municípios nos quais existem terras indígenas. Essa população somou 304,3 mil pessoas, o que equivale a 41,5% do total apurado. Segundo os números do IBGE, a população urbana indígena ultrapassou a rural em apenas uma década. De 24,1% do total, passou para 52,2%, com forte concentração nas regiões Sudeste e Nordeste. A taxa de crescimento demográfico anual da população indígena de 1991 a 2000 foi de 10,8%, ante 1,6% da população brasileira. Na área urbana, as taxas foram, respectivamente, de 20,8% e de 2,5%. Já na área rural, a população indígena cresceu 5,2% ao ano, enquanto a população brasileira como um todo encolheu 1,3% ao ano. O IBGE constatou em 2000 a presença auto-identificada de indígenas em 3.495 dos 5.507 municípios existentes no país na época da pesquisa (63,5%). Em termos de sexo e idade, a população indígena acompanhou o padrão da população brasileira. A população feminina (368,8 mil) é ligeiramente maior que a masculina (365,3 mil). A pirâmide etária mostra maior concentração em adultos de 15 a 64 anos (61,6% no total), com apenas 5,8% de idosos acima de 65 anos. Na área rural específica praticamente empatam os contingentes de crianças até 14 anos e de adultos até 64 anos (47,7% e 48,3%, respectivamente). Os indicadores educacionais mostraram que a taxa de alfabetização dos indivíduos de 15 anos ou mais cresceu substancialmente, passando de 50,2%, em 1991, para 73,9% da população indígena em 2000, quando a taxa da população brasileira como um todo era de 86,4%. A taxa de fecundidade caiu de 5,4 filhos para 3,9 filhos de um censo para o outro (a brasileira era, em 2000, de 2,3 filhos por mulher) e a taxa de mortalidade infantil era de 51,4 crianças nascidas vivas por mil no Censo de 2000, bem acima da brasileira, de 30,1 por mil. Para Maria Elizabeth, da Funai, a iniciativa do IBGE "é fundamental" para a sociedade brasileira. O levantamento, segundo ela, abre caminho para que possa ser feito, ainda em 2006, o primeiro censo específico da população indígena, que leve em conta todas as especificidades, uma vez que na pesquisa do censo geral o IBGE busca mostrar um retrato do conjunto da sociedade.

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