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22 agosto, 2006

O QUE É A REDE GRUMIN DE MULHERES

O QUE É A REDE GRUMIN DE MULHERES?

I-Histórico:

O GRUMIN surgiu filosoficamente em 1979, tomou corpo físico a partir de 1982 e formalizou-se juridicamente em 1987.
A organização surgiu pelo fato de sua fundadora ter testemunhado desde cedo, a saga de sua avó e família indígenas em busca da sobrevivência física, moral e étnica, após terem passado por um processo de violência que levou a referida família à imigração compulsória para ter sua vida garantida.
Sua fundadora, antes de 1979, peregrinou então para diversas terras indígenas no Brasil e percebeu a mesma história contada por sua avó, além de outros problemas identificados.
Surge então o GRUMIN na década de 80 por um pequeno grupo de mulheres e no I Encontro Potiguara de Luta e Resistência, solicitado pelo cacique da época, João Batista Faustino, o Grupo é ampliado com mulheres dessa e outras etnias.
O GRUMIN foi contemplado em 1996 pela Comunidade BAHÁ’í, com o “Prêmio Cidadania Mundial”, pelos trabalhos desenvolvidos em prol das mulheres indígenas do país, sendo sua fundadora indicada em 2005 ao Projeto Internacional “Mil mulheres ao Prêmio Nobel da Paz”.
II-Hoje:

A REDE GRUMIN DE MULHERES é uma rede formada por mulheres indígenas aldeadas e das cidades, por mulheres de origem étnica discriminadas social, sexual e racialmente, como indígena de miscigenação afrodescendente, ou vice-versa, entre outras.
A REDE objetiva:
1- Incentivar, mobilizar e organizar o segmento acima descrito, na defesa de sua integridade física, psicológica e ética- moral.
2- Capacitar e emponderar o público alvo referido na área de Educação, Saúde, Trabalho, Moradia, Questão Territorial, Cultural, Geração de renda, Gestão de Organização, Organização Estratégica, Direitos Reprodutivos e na área da Tecnologia da Informação.
3-Criar a Casa Rede Grumin de Mulheres, no Rio de Janeiro, centro formador de pessoal e Casa da Alimentação.
4-Elaborar jornais, boletins, livros, cartilhas conscientizadoras, material de divulgação para doação ou vendas.
5-Formar quadros profissionais que possam agenciar e multiplicar a própria existência da Rede Grumin de Mulheres.
6-Criar, fortalecer políticas públicas para a inclusão dessas mulheres transversalmente e interseccionalmente discriminadas e específicas no mercado de trabalho e nas escolas e universidades.
7-Criar projetos auto-sustentáveis para a permanência da Rede Grumin de Mulheres, como venda de livros, encontros literários, artesanatos, comidas típicas regionais, promoção de Shows, eventos culturais com nossos dois parceiros comerciais Moína Produções Artísticas e Eventos, e Cidadania Sem Fronteiras, sob o guarda-chuva GRUMIN (GRUPO DE GESTORES EM MISSÃO NACIONAL).
III-Com quem queremos dividir e somar nossa luta:

Mulheres indígenas, caboclas e descendentes urbanas e aldeadas, afrodescendentes, mulheres escritoras e jornalistas racial e sexualmente discriminadas, mulheres pajés não reconhecidas, xamãs e parteiras discriminadas, mulheres indígenas urbanas viúvas ou esposas de presidiários, mulheres afro ou indígenas urbanas infratoras, empregadas domésticas, operárias e prostitutas de origem afros e indígenas, caboclos e descendentes, mulheres étnicas de toda as categorias, mulheres étnicas de opções sexuais diversas que sofrem discriminações sociais, raciais e de gênero por deslocamento interno ou nacional, por conflitos ou guerras, inclusive deslocando-se para fora do Brasil, entre outras.
IV-Equipe de Coordenação:

1- Wilma Maria dos Santos
2- Zenilda Sateré Mawé
3- Rosy Kariri
4- Maria de Fátima Potiguara
5- Daline Lima
6- Maria Aparecida Potiguara
7- Lúcia Guarany
8- Eliane Potiguara

9-Silvia Nobre Wajãpi

Coordenação Geral: Eliane Potiguara

V- Parceiros:

ASHOKA (Empreendedorismo social)
CEDIM – Conselho Estadual dos Direitos da Mulher
CEDOICOM (Centro de Documentação e Informação COISA DE MULHER)
Centro de Estudos Xamânicos
Cidadania Sem Fronteiras (parceiro cultural)
Comitê Intertribal de Ciência e Tecnologia
FUNAI/Paraíba
FUNAI/Rio de Janeiro
FUNASA( Fundação Nacional de Saúde)
GRUMIN/Rede de Comunicação Indígena (apoio Navajo Nation/Usa)
INBRAPI (Instituto Indígena Brasileiro para a Propriedade Intelectual)
Moína Artísticas e Eventos (parceiro cultural)
OPÇÃO BRASIL
REDEH _ Rede de Desenvolvimento Humano
Rede Feminista de Saúde
Rede Povos da Floresta
UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) (PRÓ-ÍNDIO)


VII-Apoios recentes

ASFEM (Associação dos Funcionários Estaduais e Municipais/rj)
Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Comunidade BAHÁ`Í do Rio de Janeiro

João Fortes
Luiz Carlos da Silva
Vereador Brizola Neto(PDT)/RJ

VI- Articulações nacionais e internacionais

a) A REDE GRUMIN DE MULHERES esteve envolvida nos trabalhos locais na área indígena Potiguara, desde 1979/1996 tendo uma coordenação comunitária, e nacionalmente envolvendo outras etnias dos Estados brasileiros. Desenvolveu dezenas de projetos de Educação, Saúde e Trabalho objetivando geração de renda, realizando capacitações, conferências, participações em campanhas pelos direitos indígenas, enfocando a visibilidade da mulher indígena tanto na esfera nacional, quanto internacional. De 1996 a 2006 a Rede se ocupou a registrar em livros, sites, blogs, listas de discussão na Internet o fortalecimento de uma LITERATURA de cunho Indígena e de uma Rede de Comunicação Indígena.

2- A REDE GRUMIN DE MULHERES esteve envolvida como organização DELEGADA na articulação nacional e internacional da Conferência de Durban, África do Sul (2001), e na pré-Conferência Regional das Américas (2000-Santiago/Chile), e delegada das Conferências municipais, estaduais e nacional organizada pelo SEPPIR (2005), culminando com a nossa participação na Conferência das Américas sobre Racismo em agosto/2006/Brasília.

3- A REDE GRUMIN DE MULHERES, esteve envolvida como organização DELEGADA, nas articulações do movimento feminista brasileiro para as Conferências locais, estaduais, nacionais e internacionais que desembocaram nos eventos das Nações Unidas para a Promoção da Mulher, como a Conferência sobre População em Cairo (1994), como a Conferência Del Mar Del Plata, como a Conferência de Beijing (1995) e outros desdobramentos.
A REDE GRUMIN DE MULHERES esteve como observadora da Reunião “DIÁLOGOS” organizada pela a Unifem para Mulheres em Brasília/agosto 2006.

4- A REDE GRUMIN DE MULHERES esteve envolvida como organização DELEGADA nas articulações do Grupo de Trabalho sobre Povos Indígenas das Nações Unidas na elaboração da Declaração Universal dos Direitos Indígenas, desde 1990 até 1996, e 2001, tendo sido delegada pelo IITC (International Indian Treaty Council), por ter exposto para 1500 indígenas no Congresso dos índios Norte-Americanos/New México (1989), a situação de violência que os povos indígenas brasileiros estavam vivendo. Tudo isso culminou com o envio de uma moção ao governo brasileiro pelo referido Congresso. A Rede participou ainda, de centenas de articulações nacionais e internacionais na defesa dos povos indígenas, culminando com sua premiação pela Comunidade BAHÁI, que trabalha a PAZ MUNDIAL, com o título Cidadania Internacional ““.

VII-Contato:

http://redegrumindemulhereres.blogspot.com/
http://www.elianepotiguara.org.br/organizacao.html

E-mail:
grumin@elianepotiguara.org.br

05 agosto, 2006

ASSEMBLÉIA GERAL DA REDE GRUMIN DE MULHERES

REDE GRUMIN DE MULHERES

Temos o prazer em informá-la/o sobre a Assembléia Geral da REDE GRUMIN DE MULHERES
CNPJ: 31.885.635/001-47
Banco do Brasil
Agência 0477/ Conta corrente 29261-9
http://www.elianepotiguara.org.br/grumin.html
E-mail: grumin@elianepotiguara.org.br

Data: 29 de agosto de 2006
Horário: das 09 às 17 horas
Local: CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO/BRASIL
Endereço: Praça Floriano s/n. Cinelândia - auditório.

Infelizmente no Brasil, ainda existe o racismo intergrupal, interétnico ou inter-racial, inclusive com pessoas da mesma origem. A REDE GRUMIN DE MULHERES tem como objetivo principal, identificar e acolher setores de mulheres discriminadas sexual, racial e socialmente com bases em sua origem étnica, levando em consideração a transversalidade e interseccionalidade, que envolve esse segmento discriminado. O questionável processo de miscigenação é um dos fatores que reforçou a situação de racismo, intolerância e xenofobia social inclusive nas camadas pobres. Fortalecer e capacitar e empoderar as mulheres contra a discriminação sócio-racial e cultural é um de nossos maiores desafios.

Um pouco da nossa história:

1- A REDE GRUMIN DE MULHERES esteve envolvida nos trabalhos locais na área indígena Potiguara, desde 1979/1996 tendo uma coordenação comunitária, e nacionalmente envolvendo outras etnias dos Estados brasileiros. Desenvolveu dezenas de projetos de Educação, Saúde e Trabalho objetivando geração de renda, realizando capacitações, conferências, participações em campanhas pelos direitos indígenas, enfocando a visibilidade da mulher indígena tanto na esfera nacional, quanto internacional. De 1996 a 2006 a Rede se ocupou a registrar em livros, sites, blogs, listas de discussão na Internet o fortalecimento de uma LITERATURA de cunho Indígena e de uma Rede de Comunicação Indígena.

2- A REDE GRUMIN DE MULHERES esteve envolvida como organização DELEGADA na articulação nacional e internacional da Conferência de Durban, África do Sul (2001), e na pré-Conferência Regional das Américas (2000-Santiago/Chile), e delegada das Conferências municipais, estaduais e nacional organizada pelo SEPPIR (2005), culminando com a nossa participação na Conferência das Américas sobre Racismo em agosto/2006/Brasília.

3- A REDE GRUMIN DE MULHERES, esteve envolvida como organização DELEGADA, nas articulações do movimento feminista brasileiro para as Conferências locais, estaduais, nacionais e internacionais que desembocaram nos eventos das Nações Unidas para a Promoção da Mulher, como a Conferência sobre População em Cairo (1994), como a Conferência Del Mar Del Plata, como a Conferência de Beijing (1995) e outros desdobramentos.
A REDE GRUMIN DE MULHERES esteve como observadora da Reunião “DIÁLOGOS” organizada pela a Unifem para Mulheres em Brasília/agosto 2006.

4- A REDE GRUMIN DE MULHERES esteve envolvida como organização DELEGADA nas articulações do Grupo de Trabalho sobre Povos Indígenas das Nações Unidas na elaboração da Declaração Universal dos Direitos Indígenas, desde 1990 até 1996, e 2001, tendo sido delegada pelo IITC (International Indian Treaty Council), por ter exposto para 1500 indígenas no Congresso dos índios Norte-Americanos/New México (1989), a situação de violência que os povos indígenas brasileiros estavam vivendo. Tudo isso culminou com o envio de uma moção ao governo brasileiro pelo referido Congresso. A Rede participou ainda, de centenas de articulações nacionais e internacionais na defesa dos povos indígenas, culminando com sua premiação pela Comunidade BAHÁI, que trabalha a PAZ MUNDIAL, com o título Cidadania Internacional “.


Com quem queremos dividir e somar nossa luta:

Mulheres indígenas, caboclas e descendentes urbanas e aldeadas, afrodescendentes, mulheres escritoras e jornalistas racial e sexualmente discriminadas, mulheres pajés não reconhecidas, xamãs e parteiras discriminadas, mulheres indígenas urbanas viúvas ou esposas de presidiários, mulheres afro ou indígenas urbanas infratoras, empregadas domésticas, operárias e prostitutas de origem afros e indígenas, caboclos e descendentes, mulheres étnicas de toda as categorias, mulheres étnicas de opções sexuais diversas que sofrem discriminações sociais, raciais e de gênero por deslocamento interno ou nacional, por conflitos ou guerras, inclusive deslocando-se para fora do Brasil, entre outras.

Nossos Objetivos específicos:

1- Incentivar, mobilizar e organizar o segmento acima descrito, na defesa de sua integridade física, psicológica e ética- moral.
2- Capacitar e emponderar o público alvo referido na área de Educação, Saúde, Trabalho, Moradia, Questão Territorial, Cultural, Geração de renda, Gestão de Organização, Organização Estratégica, Direitos Reprodutivos e na área da Tecnologia da Informação.
3-Criação da Casa Rede Grumin de Mulheres, no Rio de Janeiro, centro formador de pessoal e Casa da Alimentação.
4-Elaborar jornais, boletins, livros, cartilhas conscientizadoras, material de divulgação para doação ou vendas.
5-Formar quadros profissionais que possam agenciar e multiplicar a própria existência da Rede Grumin de Mulheres.
6-Criar, fortalecer políticas públicas para a inclusão dessas mulheres transversalmente e interseccionalmente discriminadas e específicas no mercado de trabalho e nas escolas e universidades.
7-Criar projetos auto-sustentáveis para a permanência da Rede Grumin de Mulheres, como venda de livros, encontros literários, artesanatos, comidas típicas regionais, promoção de Shows, eventos culturais com nossos dois parceiros comerciais Moína Produções Artísticas e Eventos, e Cidadania Sem Fronteiras, sob o guarda-chuva GRUMIN (GRUPO DE GESTORES EM MISSÃO NACIONAL).

Portanto a Assembléia Geral da REDE GRUMIN DE MULHERES a ser realizada no dia 29 de agosto de 2006, das 09 às 17 horas, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro (auditório) será um momento propício para refletirmos sobre o presente e elaborar propostas para o futuro.

Nossos parceiros:

ASHOKA (Empreendedorismo social)
CEDIM – Conselho Estadual dos Direitos da Mulher
CEDOICOM (Centro de Documentação e Informação COISA DE MULHER)
Cidadania Sem Fronteiras (parceiro comercial)
Deputada Jurema Batista(PT)/RJ
GRUMIN/Rede de Comunicação Indígena (apoio Navajo Nation/Usa) (Comunicação)
INBRAPI (Instituto Indígena Brasileiro para a Propriedade Intelectual)
Moína Produções Artísticas e Eventos (parceiro comercial)
REDEH _ Rede de Desenvolvimento Humano
UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) (área acadêmica)
Vereador Brizola Neto(PDT)/RJ



E-MAIL:
grumin@elianepotiguara.org.br
http://grumin.blogspot.com/


http://www.elianepotiguara.org.br/grumin.html

06 julho, 2006

DECLARAÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS

DECLARAÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS


Vou contar um pouco da minha visão e participação neste processo:
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou a Declaração Internacional dos Direitos dos Povos Indígenas, neste final de junho de 2006. Foram trinta votos a favor, doze abstenções( entre elas, a Argentina) e dois votos contra (Canadá e Rússia). Durante vinte anos, organizações do mundo inteiro estiveram presentes nas sessões anuais.Antes, indígenas não podiam entrar na ONU! Uma das primeiras a conseguir esse espaço foi o Conselho Internacional dos Tratados Indígenas, na época representado na Onu por Antônio Gonzales, um indígena americano, veterano da Guerra do Vietnan, que muito contribuiu pela conquista desse espaço.O IITC conseguiu Status Consultivo na Comissão e dali outras organizações foram crescendo, como a SAIIC, as Primeiras Nações, Os Crees do Canadá entre outras. Anos depois, Rigoberta Menchu, índia guatemalteca, transformou-se num marco, antes e após sua nomeação ao Prêmio Nobel da Paz. O Conselho Mundial de Igrejas, através de Bob Scott, Bispo indígena Eugênio Poma, minha amiga Marilia Schuller tiveram um papel muito importante no apoio às reuniões preparatórias que antecediam às reuniões do Chamado Grupo de Trabalho sobre Povos Indígenas. Ali todos e todas éramos uma família, me lembro bem, pois o GRUMIN/Grupo Mulher-Educação Indígena, através de minha pessoa estava ali representado. Eu havia conseguido chegar lá porque estivera numa Assembléia do Congresso Norte-Americano falando para três mil indígenas no Novo México, cidade de Albuquerque/USA em 1989 e denunciei a violação dos Direitos Indígenas no Brasil e nesse Congresso saiu uma Resolução que foi enviada pelos indígenas americanos ao governo do Brasil ! Por essa razão, o Conselho Internacional dos Tratados Indígenas solicitou ao Fundo Voluntário da Onu para Povos Indígenas uma "beca" (bolsa) para que eu pudesse estar como delegada do IITC. Tempo depois, consegui recursos do mesmo Fundo para levar o ex-prefeito indígena Marcos Antonio Potiguara, na época chefe de Posto da Funai, para que ele mesmo falasse dos problemas Potiguara. Estive ali trabalhando voluntariamente de 1990 a 1996 e depois em 2001. Neste Ano, o Grupo discutia "Que desenvolvimento queremos para povos indígenas".Vários indígenas brasileiros estiveram ali, como os xavantes, a Edna, filha do Marçal Tupã-Y, Maninha Xucuku-Kariri, Terenas, Kaigangs entre outros.
É claro que muitas pessoas, como minha amiga Pierret, do Docip, Julien Burger, Sra. Érica Daes, a senhora grega que presidia as sessões, o cubano Afonso Martinez trabalharam do outro lado por essa vitória! Foram muitas pessoas que contribuiram para esse processo.Vieram novas pessoas, dirigentes, etc. Não dá para relatar todos os preciosos nomes, organizações indígenas, organizações não governamental, embaixadores, personalidades, artistas, organizações técnicas de apoio a projetos aos povos indígenas, Bancos, Igrejas, Universidades, cientistas, parlamentares, sindicatos, uma infinidade de pessoas, um mundo realmente.O Forum Permanente para Povos Indígenas foi criado como resultado desse processo, faltando apenas o Brasil , o único a não ser representado por indígenas.Atualmente assistem às reuniões do Forum os indígenas Azelene Kaigang, Fernanda Kaigang, Marcos Terena, Mirian Terena, entre outros e outras.O Sr. Eduardo Almeida, ex-presidente da Funai é o representante do governo no Forum, atualmente.
Eis aqui o meu primeiro pensamento e emoção quando soube da aprovação da Declaração:
"Meu coração pulsou fortemente e o sangue jorrou pelas estradas indígenas e indigenistas, transformando-se em caminhos de pétalas, outrora pisoteados pela injúria e a injustiça. Hoje a dignidade se faz pela luta e conquista. Ninguém nos deu nada! Povos indígenas trabalharam e mostraram sua capacidade em busca da sensibilização de sua causa.Parabéns ao Grupo de trabalho para a Declaração Internacional dos Direitos sos Povos Indígenas, 20 anos de labuta!"
A Declaração pode ser um importante instrumento jurídico a ser apresentado ao governo brasileiro na defesa dos direitos dos Povos Indígenas. Eliane Potiguara, pensadora indígena
www.elianepotiguara.org.br

VEJA O NEWSLETTER DO MES DE JUNHO/JULHO DE 2006 ATRAVÉS DO:
http://www.elianepotiguara.org.br/newsletter.html

08 março, 2006

QUER SER MULHER? Perguntou Deus!

QUER SER MULHER? Perguntou Deus!
Texto de: Eliane Potiguara
Local onde está o texto:
http://grumin.blogspot.com/
www.elianepotiguara.org.br

DISSE O CRIADOR:
”Seres viventes que quiserem ser mulheres_ serão mensageiras_ porque ser uma mulher é uma missão”. As mulheres do planeta Terra serão inseridas em várias categorias.São As Mulheres do Mundo!Vejam bem e pensem se aceitam essa classificação, pergunta Deus, porque não fui Eu que criei! Foram os homens no espírito da competição.Eu criei o Universo e a vida. Eis a classificação:

1-As Dalits indianas são as “intocáveis”, assim como seus maridos, filhos e gerações.Morarão nas ruas, nos becos ou estações de trem desativadas.Passarão frio e fome.Quem lhes tocar, cairá em desgraça. Outras indianas, na maioria paupérrimas, sem direitos de mulher, poderão ser queimadas vivas em suas próprias cozinhas, caso contrarie seu homem intolerante e violento.As ricas estarão sob o domínio masculino, assim como as mulheres do mundo.Sofrerão também apesar da riqueza material, cultural e espiritual.

2-Algumas muçulmanas de grupos etnicos de 28 paises terão seus clitóris decepados e nunca sentirão o gozo do amor. Suas peles frescas jamais sentirão os ventos divinos porque homens inseguros e competitivos as esconderão como tesouros perdidos. As que puderem dançar a dança do ventre e exibirem seu corpo escultural, apenas afagarão as fantasias eróticas de seus donos. Mas, ai delas se os contrariarem, serão apedrejadas até a morte!Eles poderão ter mil mulheres. Elas, se o traírem, irão às praças públicas para serem sacrificadas como animais.

3-As esposas coletivas nos desertos africanos ou as esposas dos Sultões no Oriente Médio brigarão entre si pela hegemonia do grupo e pela atenção do marido alienado, um narciso e famigerado, “donos do El Dourado” e do poder. Seus filhos estarão enquadrados em categorias de juízo de valor, como o melhor ou pior, do mais ou do menos, de Deus ou do Diabo.Trabalharão sem parar para dar prazer ao patrão.As mulheres serão seqüestradas, objetos de prazer e condenadas ao trabalho braçal.

4-As viúvas das guerras na Europa ocidental e oriental, e conseqüências dessas políticas em outros países (Guerras Mundiais) tornar-se-ão verdadeiras matriarcas na solidificação das novas sociedades contra o analfabetismo e a submissão ao nazi-facismo.Terão direito ao voto após a luta contra os dogmas das igrejas, das ideologias, das filosofias. Crescerão com o sofrimento das avós e poderão ajudar ao “chamado terceiro mundo”.

5-Na China, nunca mais uma menina terá seus pés amarrados para que não possa
desbravar rumos e estradas. Nunca mais seu bebê será colocado no telhado, para morrer à mingua, por ser mulher.As gueixas se libertarão.A cultura não será mais motivo da exploração e submissão da mulher.As mulheres afegãs sofrerão muito, mas darão uma exemplo de construção de outra sociedade. As mulheres asiáticas mostrarão nova face.

6-As viúvas dos pescadores, dos mineiros das minas preciosas, das construtores de arranha-céus e viadutos, dos astronautas, dos cientistas, dos empresários, dos canavieiros, dos garimpeiros, dos operários e dos campesinos deverão saber que serão viúvas para que se sintam fortes, para que criem seus filhos_ sozinhas_ e construam outra sociedade que não essa, desde antes e depois de Maomé, Buda e Cristo. Esses homens viverão a luta de classes em vários níveis e o seu resultado, até que um ponto estratégico seja clarificado pelas mentes iluminadas, HOMENS OU MULHERES guerreiros!Gente mesmo do povo!

7-Os meio- homens /meio-mulheres ou vice-versa, e alguns homens que assumirem seu lado feminino e vice-versa farão parte da luta contra o sexismo institucional e sofrerão da baixo auto-estima.Serão objetos sexuais e sofrerão estupros mentais.Mas marcarão época!

8-As negras, mulatas e mestiças do passado e do presente, sentirão nas carnes as marcas a sangue e a ferro quente de seus algozes; serão escravas do prazer, do trabalho forçado, no plano moral e espiritual.Verão seus maridos amarrados às árvores no passado, nas cadeias super-lotadas ou entregues ao desemprego, no presente Serão xingadas, amaldiçoadas, maltratadas, humilhadas, racializadas como vermes, inclusive pelos seus próprios pais ou parentes masculinos. Irão parir filhos errantes que poderão vir a ser menores abandonados nos mocambos, nas senzalas, nos desertos, nos cortiços, nas favelas, nos guetos e nas ruas.Muitos de seus filhos serão drogados, violentos, marginais no tráfico das drogas.Muitos estuprarão meninas e as levarão ao caos. Muitas se drogarão com o “ópio”, assim como muitas mães e avós se embriagarão ao sabor do álcool para esquecer sua dor, até que uma e várias delas arranquem as correntes seculares através da força da palavra, da dignidade de mulher e da ação comunitária, num GRITO de BASTA!

9- As mulheres caboclas, seringueiras, quebradeiras de coco, trabalhadoras rurais, empregadas domésticas e faxineiras, catadoras de lixo, papelão e latinhas, professoras primárias mal remuneradas, operárias, quilombolas aprenderão a falar ou a escrever cartas contra as desigualdades sociais e dirão ao mundo que o Ato Institucional nº05 de 1967/68, no Brasil, seqüestrou, torturou e assassinou mais mulheres do que se pensa, nas cidades e nos campos!Essas mulheres lutarão contra a destruição do planeta, a poluição das águas e do ar, o desemprego, o vírus do HIV, as hepatites, tuberculoses, abortos clandestinos, mão de obra-escrava, suicídios, agressões físicas, psicológicas,e morais, estupros, fome e miséria humana.Haverá dia em que não terão nada para comer e nem para filhos.Mesmo assim, serão as VITORIOSAS, porque se organizarão.

10-As mulheres indígenas do planeta terão suas terras roubadas, suas culturas e espiritualidades dilaceradas, suas vidas ceifadas e gerações e gerações de filhos discriminados na sociedade urbana e rural e desprezados pelos políticos e empresários. Terão suas culturas penduradas em Museus ou demonstradas em desfiles de Carnaval, como seres do passado, ou do folclore. Servirão de chacotas em cidadelas e pedirão esmolas.Os homens se embriagarão e ficarão fracos ou loucos. Seus filhos serão frágeis e uma onda de extermínio acobertará tribos inteiras, até que mulheres e homens fortes, como muitos líderes que virão ouçam a voz da ancestralidade, vejam as marcas de jenipapo cravadas nas caras étnicas como uma marca imposta por Mim_ NHENDIRU, o Criador _e que sintam a chama eterna da IDENTIDADE INDÍGENA para ser respeitada e aceita, como um exemplo para o planeta terra. Exemplo de uma etnia humana que sangrou, retomou a voz ancestral e ética e sobreviveu a todo o processo de escravidão do passado e do presente e que realmente possa ensinar a filosofia da igualdade e fraternidade. Porque os povos indígenas são meus filhos primogênitos dos cinco continerntes, foram os primeiros que Eu coloquei neste planeta, por conhecerem o princípio ético do equilíbrio na natureza.Povos indígenas devem ser exemplo do BOM CONVÍVIO COM A SOCIEDADE E A NATURERZA.Exemplo de prosperidade ética e espiritual.
E entre os próprios indígenas, a intolerância e o racismo transversos devem acabar.Avós, bisavós, tataravôs devem ser respeitados pelos novos líderes e se desaldeados devem ser considerados no seu processo de imigração compulsória, no desterro.Os descendentes indígenas urbanos ou rurais serão filhos e filhas da terra como ele/ela próprios, sem intolerâncias ensinadas pelo Poder, burguesia ou entrigas pessoais.

Ao finalizar os 10 pontos, DEUS, que muito sabiamente já havia criado o Universo e a vida, concluiu que o Homem, criou a competição e o egoímo. Por isso Deus apresentou as opções, porque os homens quiseram competir com o CRIADOR. O homem egoísta criou o poder, a competição, o dinheiro e a escravidão. Nesses milhares e milhares de séculos, muitas mulheres têm se destacado, para por fim ao processo histórico, político e social.Muitos homens bons e dignos vêm à cola na solidariedade às mulheres.
São mulheres de Deus, são mensageiras divinas que devem ser respeitadas. São verdadeiros anjos milenares que ao serem desrespeitados, a roda da evolução dos seres neste planeta pára.A sociedade deve reconhecer o papel de cada mulher na natureza e ajudá-la.
A injúria, a mentira, a intriga, a violência contra esse se r de luz, recai automaticamente, pela lei da causa e efeito sob a cabeça de quem o faz, trazendo à tona a infelicidade.

MULHERES DO MUNDO pedem solidariedade, não só ao processo particular, individual, de quem está envolvido com essa luta, como ao processo coletivo em busca de qualidade de vida e felicidade para todos os seres do planeta, pois é na diversidade cultural, étnica, religiosa, linguística que se aprende o respeito entre os seres humanos.Essa é a caminhada pela PAZ.

A DENÚNCIA
Ó mulher, vem cá.
Que fizeram do teu falar?
Ó mulher conta aí...
Conta aí da tua trouxa
Fala das barras
Dos calos nas mãos.
O que te faz viver, mulher?
Bota aí teu armamento.
Diz aí o que te faz calar...
Ah! Mulher enganada
Quem diria que tu sabias falar!

Texto de ELIANE POTIGUARA
http://www.elianepotiguara.org.br
http://www.fotolog.terra.com.br/elianepotiguara
*Eliane Potiguara é escritora e professora, 55 anos, Indicada ao Mil Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz. Autora de METADE CARA, METADE MÁSCARA, pela Global Editora. E-mail de contato: elianepotiguara@uol.com.br

04 fevereiro, 2006

DIAMANTE INTERNO: O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA

DIAMANTE INTERNO: O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA

Toda a Humanidade em sua maioria e no seu mais profundo momento íntimo busca o despertar da consciência humana. Nos seus momentos de silêncio e reflexão, por mais alienada que seja, a sociedade certamente busca o resgate de algo que se perdeu no nosso passado histórico. Há milhões e milhões de anos, seres humanos buscam dignidade de vida enfrentando poderes, não só ocultos, mas poderes culturais e sócio-econômicos. Não quero entrar na discussão do porquê de tudo isso, porque entraria em filosofias, correntes, divergências, processos históricos, etc. Quero apenas enfatizar que o ser humano é um eterno buscador. Ele busca a alegria, a felicidade, a paz, melhores condições de vida para si e seus semelhantes.

A maneira que a humanidade encontrou para resistir às adversidades da vida e encontrar as respostas para aquilo que perdeu ou esqueceu é através da religiosidade, da espiritualidade, da concentração e dos estudos, na busca do conhecimento contra a ignorância imposta, subliminarmente forjada pelo Poder. Nesse sentido, aquele que procura, depara-se com o fenômeno do despertar da consciência.

"Séculos e séculos se passaram e centenas de representações religiosas ou espirituais foram criadas de acordo com a cultura e cosmovisão de cada povo, de cada etnia, principalmente de acordo com os padrões sócio-econômicos da cada um. Imagens, cerimônias, mitologias, liturgias, símbolos, tambores, chocalhos e atabaques são conseqüências das criações, não fazem mal a ninguém. São expressões da arte na religiosidade e na espiritualidade. O que faz mal é a pretensão de querer ser melhor do que os outros ou ser o dono da razão, quando existe uma grande diversidade de pensamentos entre a humanidade", escrevi num texto sobre "intolerância interseccional", publicado na Agência de Imprensa Indígena (AIPIN), (México, 2005).

Lamentavelmente, algumas correntes religiosas associadas ao grande capital, no passado, buscaram a hegemonia, desconsiderando, a partir de seus próprios juízos de valor morais, éticos e filosóficos, a fé dos povos que subjugavam. Cada vez que povos ou etnias sentiam-se rejeitados, subjugados, racializados, mais crescia a sua fé e suas crenças através da liderança do pajé ou ialorixá/ babalorixá, no caso dos povos indígenas das Américas e da África respectivamente - povos resistentes que praticavam a conexão do homem com o sagrado. Cada vez mais fortaleciam suas culturas, tradições e cosmovisão. Assim foi a história dos povos aborígines, dos povos indígenas, dos povos nativos dos grandes continentes até hoje. Por isso a resistência indígena é forte no planeta Terra. Há de se ouvir a voz indígena!

O capital dividiu povos ricos e pobres e fracionou as mentalidades. Baseados em culturas particulares surgiram centenas de líderes religiosos e espirituais, como, por exemplo, Maomé, Buda, Jesus Cristo, Oxalá e Krishna, todos pregando a mesma filosofia através dos tempos. Todos são atrelados à Poderosa Força Cósmica, ao Criador, ao Grande Espírito e ao Cristo Cósmico, ao Buda Cósmico ou a Oxalá, dependendo de cada cultura ou vertente. Tudo isto representa uma grande riqueza espiritual! É preciso enxergar a unidade na diversidade.

O xamanismo é um termo que designa a filosofia de estar em viagem entre mundos mentais, físicos, espirituais, psicológicos. Não é uma religião. É uma forma de estar na vida e no Planeta. Povos contestadores das religiões impostas adaptaram-se a esse estar no mundo, ao longo do tempo. Antigos povos já praticavam essa filosofia. Na modernidade, seres conscientes adquiriram o sentimento de amor pela Mãe-Terra e entenderam que era necessária a prática da conservação do Planeta Terra - daí todo "ser xamânico" ser holístico. Aqueles que verdadeiramente estiverem dentro desses padrões, são Visionários. Os que mentem ou comercializam a fé, não permanecerão.

Povos indígenas, afeiçoados à sua cultura, tradições, educação, saúde e espiritualidades diferenciadas fortaleceram sua cosmovisão diante do mundo e mostraram sua defesa publicamente, através dos movimentos organizados, nos planos nacional e internacional. A exemplo disso, cita-se a defesa da cultura através da legislação específica que foi criada dentro das Nações Unidas, com o Grupo de Trabalho sobre Povos Indígenas, que trabalhou vinte anos para produzir a Declaração Universal dos Povos Indígenas.

No Brasil, centenas de organizações indígenas buscam o mesmo objetivo: a defesa do conhecimento ancestral, do patrimônio cultural.

Cito aqui um pequeno texto de uma carta elaborada por um conjunto de pajés em 2004:

(...)"Tendo em consideração a necessária defesa do direito de nossos povos diante dos processos de apropriação destes saberes e visões próprias, herdadas de nossos ancestrais, insiste na afirmação de princípios fundamentais à dignidade dos povos, pressupondo o respeito à livre e esclarecida decisão quanto ao acesso e uso do acervo de conhecimentos que envolvem a sensível e frágil Teia da Vida, que em nossas culturas ainda se constitui no verdadeiro patrimônio da humanidade, não podendo estar disponível para os usos e acessos previstos nas discussões entre governos (OMC, OMPI) e representantes das empresas no amplo processo de negociação das partes acerca dos recursos genéticos, conhecimentos tradicionais e patrimônios culturais dos povos indígenas".O patrimônio dos povos indígenas não está disponível para usos e acessos.

O povo brasileiro é um povo muito místico. É intuitivo, importa-se com os sonhos. É religioso. Traz no seu interior a herança dos povos indígenas, povos negros, povos amarelos, povos brancos - como se vê na nossa diversidade de religiões e espiritualidades.

O bonito é o respeito entre crenças, fés e doutrinas. O xamanismo e a pajelança são vertentes diferentes, por isso xamã é xamã e pajé é pajé, assim como o padre é padre e o pastor ou pai ou mãe de santo são eles mesmos. Cada um tem seu tempo de trabalho e formação próprios e específicos. O intercâmbio é maravilhoso e o ecumenismo deveria ser mais ativo no Brasil!

Nas tradições indígenas, o pajé é a expressão máxima representada, em forma humana, da espiritualidade e da cura. Seu dom é nato, porque é passado de geração para a geração. Nenhum pajé faz curso para ser pajé, ele adquire conhecimentos através da ancestralidade tribal, e desde a sua infância, ao ver seus avós e bisavós praticarem curas e rezas pelo bem da comunidade. O pajé é um ser totalmente desprovido de valores materiais. É um visionário nato. Seu maior bem é o dom ofertado com honras pelo Criador. Ele está sempre em conexão com o mundo atemporal, com atitudes concentradas e observadoras. O pajé é um sábio e está sempre disponível para atender o seu povo, doando sua cura de forma "solidária". Não há uma relação capitalista entre pajé e doente, entre o pajé e a comunidade. O pajé e sua pajelança representam, na realidade, a maior expressão nata dos conhecimentos tradicionais, a propriedade intelectual indígena, mesmo que ele não tenha conhecimentos científicos para compreender a defesa dos seus direitos indígenas. Por outro lado, cada pajé pertence a uma etnia específica indígena provida de valores, costumes, crenças específicas. Um pajé de uma certa etnia pode agir de forma distinta de um pajé de outra etnia. O pajé pode ter, se quiser, uma relação capitalista com indivíduos urbanos, pois o seu ofício equivale ao de um médico entre nós.

Nas tradições africanas, é o ialorixá ou babalorixá que representa estes conhecimentos. É ele quem mantém a resistência viva. O pajé, o xamã, os ialorixás, os babalorixás, os padres e os sacerdotes despertam a nossa consciência, nos fazem lembrar que somos todos iguais.

O que nós humanos estamos precisando lembrar, no fundo de nossos corações, no fundo de nossos neurônios adormecidos e no fundo de nossa alma primeira, é deste bem precioso, um diamante que perdemos ou esquecemos, um passaporte ético para a verdadeira Nova Era. Esse é o esforço que temos que fazer para resgatar essa memória ancestral perdida através de milhões e milhões de anos - somente assim o sofrimento e as diferenças não existirão mais entre nós, seres terráqueos.

Para isso, é necessário que os espíritos da Inteligência, da Humildade, da Fraternidade, da Fé, do Amor Universal, da Justiça, da Força e da Paz - atrelados à grande Mente Ancestral (O grande espírito, o Criador) que está dentro de nós - sejam trabalhados em todos os corações através da observação, da concentração, do estudo e da aplicação desses bens divinos à Humanidade.

Esses espíritos em cada cultura podem ser representados de formas diferentes como, por exemplo: na forma entes da natureza (aves, peixes, mamíferos); terra, água, ar, fogo; pontos cardeais (norte, sul, leste, oeste); planetas e manifestações da natureza, como a lua, o sol, as estrelas, o trovão, os raios, as tempestades, os maremotos, os rios, as cascatas, as cachoeiras, os mares, as chuvas; os mensageiros de Deus, os anjos, os arcanjos e os santos. Enfim, uma gama elementos da própria natureza. O importante é a essência, não a forma! Respeitemos a cultura de cada povo e suas representações simbólicas, porque tudo é muito lindo e abençoado é aquele que compreende essa riqueza de expressão e sentimentos.

Texto de Eliane Potiguara
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03 janeiro, 2006

GRUMIN/Rede de Comunicação Indígena

População indígena do país cresce 149,6% em uma década, revela IBGEChico Santos (Valor) Do Rio
População indígena do país cresce 149,6% em uma década, revela IBGEChico Santos (Valor) Do Rio Foto: Nelson Perez/Valor Eduardo Nunes, presidente do IBGE: aumento da população indígena urbana A população indígena brasileira cresceu 149,6% entre os Censos de 1991 e 2000, segundo dados do IBGE. O número total de brasileiros que se autodeclaram indígenas passou de 294,1 mil para 734,1 mil de um levantamento para outro. Os números, contidos em publicação inédita que analisa a situação dos índios no país a partir de dados dos dois censos, revelam também que, graças ao fenômeno urbano, a população indígena do Sudeste passou de 10,4% para 22% do total dos indígenas brasileiros, enquanto a participação da região Norte caiu de 42,4% para 29,1%. Embora seja reconhecido que a partir dos anos 80 a tendência à redução da população indígena do Brasil começou a se reverter, o próprio IBGE assume que o número levantado em 2000 pode ser mais efeito da forma de apuração do que de um efetivo aumento demográfico. Uma das hipóteses, admitidas tanto pelo presidente do IBGE, Eduardo Nunes, como pela antropóloga Maria Elizabeth Brêa, assessora da presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai), é que um significativo contingente de pessoas que antes se declarava pertencente a outro grupo étnico, no Censo de 2000 se apresentou como indígena, às vezes apenas por uma vaga idéia de que teve um ancestral indígena. O número apurado pelo IBGE em 2000 representa quase 300 mil indivíduos a mais que a estimativa da Funai para este ano, que é de 440 mil indígenas no país. Essa população, segundo explicou Maria Elizabeth, é circunscrita às terras indígenas e ao seu redor. Na tentativa de aproximar os números da realidade demográfica das comunidades indígenas, o IBGE criou, no Censo de 2000, a categoria de população "rural específica", que abrange aqueles que se declararam indígenas, e que vivem em áreas rurais dos municípios nos quais existem terras indígenas. Essa população somou 304,3 mil pessoas, o que equivale a 41,5% do total apurado. Segundo os números do IBGE, a população urbana indígena ultrapassou a rural em apenas uma década. De 24,1% do total, passou para 52,2%, com forte concentração nas regiões Sudeste e Nordeste. A taxa de crescimento demográfico anual da população indígena de 1991 a 2000 foi de 10,8%, ante 1,6% da população brasileira. Na área urbana, as taxas foram, respectivamente, de 20,8% e de 2,5%. Já na área rural, a população indígena cresceu 5,2% ao ano, enquanto a população brasileira como um todo encolheu 1,3% ao ano. O IBGE constatou em 2000 a presença auto-identificada de indígenas em 3.495 dos 5.507 municípios existentes no país na época da pesquisa (63,5%). Em termos de sexo e idade, a população indígena acompanhou o padrão da população brasileira. A população feminina (368,8 mil) é ligeiramente maior que a masculina (365,3 mil). A pirâmide etária mostra maior concentração em adultos de 15 a 64 anos (61,6% no total), com apenas 5,8% de idosos acima de 65 anos. Na área rural específica praticamente empatam os contingentes de crianças até 14 anos e de adultos até 64 anos (47,7% e 48,3%, respectivamente). Os indicadores educacionais mostraram que a taxa de alfabetização dos indivíduos de 15 anos ou mais cresceu substancialmente, passando de 50,2%, em 1991, para 73,9% da população indígena em 2000, quando a taxa da população brasileira como um todo era de 86,4%. A taxa de fecundidade caiu de 5,4 filhos para 3,9 filhos de um censo para o outro (a brasileira era, em 2000, de 2,3 filhos por mulher) e a taxa de mortalidade infantil era de 51,4 crianças nascidas vivas por mil no Censo de 2000, bem acima da brasileira, de 30,1 por mil. Para Maria Elizabeth, da Funai, a iniciativa do IBGE "é fundamental" para a sociedade brasileira. O levantamento, segundo ela, abre caminho para que possa ser feito, ainda em 2006, o primeiro censo específico da população indígena, que leve em conta todas as especificidades, uma vez que na pesquisa do censo geral o IBGE busca mostrar um retrato do conjunto da sociedade.

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26 outubro, 2005

Testemunho sobre a situação indígena brasileira ao Relator Especial da ONU sobre Formas Contemporâneas de Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e

GRUMIN/REDE DE COMUNICAÇÃO INDÍGENA-Brasil

Testemunho sobre a situação indígena brasileira ao Relator Especial da ONU sobre Formas Contemporâneas de Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância relacionada à questão racial - Sr. Doudou Diène
BRASIL, Rio de Janeiro, 24 de outubro de 2005.

A partir de CONSULTA PRÉVIA aos povos indígenas brasileiros e democratizando as informações com Organizações de apoio aos povos indígenas para a elaboração deste testemunho para o Relator Especial da ONU sobre Formas Contemporâneas de Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância relacionada à questão racial - Sr. Doudou Diène, o Grumin/Rede de Comunicação Indígena, através de sua editoria política, que já havia relatado com destaques as formas de racismo às mulheres indígenas e a seus povos há 10 anos atrás, quando da outra vinda do Relator, vem agora e novamente dar continuidade a esse compromisso. Esse compromisso fora antes assumido publicamente em nossos slogans contra a discriminação racial e social aos povos indígenas, em nossos jornais, materiais didáticos, publicações e assembléias e projetos em geral, à época do GRUMIN/ Grupo Mulher –Educação Indígena quando integrávamos o Programa de Combate ao Racismo/CMI/Genebra há vários anos, o mesmo PROGRAMA que por muito apoiou a luta de Nelson Mandela.

Existe racismo aos povos indígenas no Brasil?
Apesar da ratificação da Convenção 169 da OIT, que busca melhorar a situação indígena e representa o cumprimento dos direitos indígenas, ainda assim, dois lados permeiam o contexto histórico, político, social e econômico da sociedade brasileira: de um lado, os que sofrem impactos seculares ocasionados pela discriminação social e racial, e aí estão inseridos toda a população pobre e os povos indígenas do Brasil. Do outro, os que potencializam direta ou “indiretamente” para tornar real essa discriminação. No entanto, neste “indiretamente” existe um terceiro elemento obscuro, maquiavélico, “desintensional”: Os que se mostram solidários, mas dão desculpas econômicas e políticas, apresentam propostas e promessas e não cumprem, os que confundem a mídia e a massa, apesar de saberem que direitos indígenas precisam ser respeitados. É como considerar e olhar uma estátua como bela, saber que ela está lá vulnerável ao predador, vê-la quebrar, anunciar e prometer restaurações e vê-la transformar-se em pó, justificando a impotência histórica diante da sua destruição e morte.E povos indígenas continuam invisíveis e excluídos.
Assim é o Estado brasileiro e todas as máquinas que se dizem responsáveis pelos povos indígenas desde 1759, com a criação do cargo “diretor dos índios”, prenúncio da tutela e da discriminação étnica, passando pelo SPI (Serviço de Proteção ao índio)/1910, desembocando na Lei 5.371 que cria a Funai (Fundação Nacional do Índio) em plena ditadura militar, objetivando “integração e proteção”, conceitos altamente racistas na sua essência filosófica.
A situação fica pior justamente nos tempos atuais, quando o regime democrático tem sido restaurado e políticas mais justas foram implantadas e povos indígenas nunca contemplados de forma ampla.Todos esses fatos impõem uma inferioridade biológica, cultural, moral, espiritual a que os povos indígenas estão acorrentados desde a invasão dos europeus em 1500, no Brasil. Primeiro a escravidão vergonhosa e literal, agora a escravidão moral!

Desde o impacto causado por Sepé Tiaraju, no século XXVIII (1756), que lutou pela sobrevivência do povo Guarany, passando pelas palavras desesperadas de socorro do líder indígena Marçal Tupã-Y, por ocasião da visita do Papa João Paulo II ao Brasil(1980), e após esse líder ter sido assassinado com um tiro na boca, em 1983; passando ainda, por todas as vergonhas e desumanidades públicas ou anônimas, como o assassinato do índio Galdino, cujos jovens burgueses e racistas atearam fogo ao seu corpo e finalmente, retomando a todas as Assembléias indígenas brasileiras reivindicatórias _ nacionais e internacionalmente_ que lutaram pelos direitos indígenas, até a data de hoje, a verdade é o descaso, a falta de vontade política de eleger essa demanda como prioridade histórica, tem sido a tônica crua e real.
É a destruição de um dos maiores patrimônios da Humanidade, os guardiões da natureza, nós os povos indígenas! Mas somos guerreiros e guerreiras e sobreviveremos porque temos os ancestrais como esteio cultural e espiritual e que derramaram seu sangue nessa terra amada.
O Governo brasileiro, na gestão de Presidente Fernando Henrique Cardoso, assumiu diversos compromissos perante a Onu, por ocasião da Conferência Mundial contra o Racismo, em Durban/2002.Esses compromissos deveriam ser cumpridos por qualquer governo, inclusive do Presidente Lula da Silva.Os pontos assumidos naquele documento fizeram parte do Programa de Ações para Povos Indígenas do Partido dos Trabalhadores, partido do Governo e estão amparados pela Constituição Brasileira.Isso significa que o partido e o governo Lula estão conscientes desses compromissos.Esse é um forte ponto que o Governo tem desrespeitado, apesar de informado, mesmo tendo realizado a Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, em junho deste ano, onde solicitamos a aprovação da proposta da criação de uma Secretaria Especial para Povos indígenas, que não foi aceita pela Ministra Matilde Ribeiro, justificando que este fato enfraqueceria as lutas e promoveriam divisões entre movimentos negro e indígena. Precisamos de ações concretas e emergenciais para povos indígenas, porque somos povos diferenciados e daremos continuidade à reivindicação sobre a implantação dessa importante Secretaria.
Vamos relembrar aqui o Programa de Ação da Conferência de Durban que adotamos em nossas reivindicações e que insta aos Estados a:
1-adotar e seguir aplicando medidas constitucionais, administrativas, legislativas e judiciais, e todas as disposições necessárias para promover o exercício pelos povos indígenas de seus direitos;
2-trabalhar com os povos indígenas para estimular o desenvolvimento de suas economias, apoiando–lhes com serviços de capacitação, assistência técnica e crédito financeiro;
3-cooperar com o trabalho do Relator Especial da Comissão de Direitos Humanos da ONU responsável por relatar a situação dos direitos humanos e liberdades fundamentais dos povos indígenas.
4-O Programa de Ação ainda incentiva os Estados a garantirem recursos financeiros para o funcionamento do Fórum Permanente sobre Questões Indígenas da ONU e a aprovação imediata do Projeto de Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas.
5-Merece destaque o empenho dos diplomatas do Itamaraty e dos membros do Ministério da Justiça para aprovar os capítulos referentes aos índios desde as reuniões preparatórias da Conferência Mundial ocorridas no Chile e em Genebra, bem como na ocasião de sua realização em Durban.
Passada a Conferência, faz-se necessário garantir junto ao governo federal que se cumpra a Declaração, o Plano de Ação e a proposta aprovada internamente pelo governo brasileiro para combater o racismo.
Vale ressaltar que o Presidente Fernando Henrique Cardoso assumiu o compromisso de aprovar com regime de urgência o Projeto de Lei n º 2.057/91, que regulamenta o Estatuto do índio, que se encontra paralisado na Câmara dos Deputados desde 1994.
Nada disso foi cumprido, Senhor Relator. É a palavra sagrada da mulher indígena, como bem disse o cacique tradicional Aniceto Xavante para 200 guerreiras em 1991, na Conferência Mulher, Meio Ambiente e Direitos indígenas, organizado pelo Grumin/Grupo Mulher –Educação Indígena, preparatória par participarmos da Conferência Mundial do Meio Ambiente em 1992, quando povos indígena vinham sofrendo com os impactos ambientais.
Quais as expressões de racismo que afetam diretamente aos povos indígenas?
A utilização e roubo dos conhecimentos tradicionais indígenas pelo mundo científico, empresarial; pelo grande e pequeno latifúndio, pelo capital nacional e estrangeiro, pela mídia tem afetado diretamente a sobrevivência indígena e é a pior forma de racismo, porque em nome desses avanços político-econômicos, tecnológicos e científicos, se mata, se estupra, se vilipendia a dignidade humana indígena.

1-Nos temas Educação, território e biodiversidade indígenas o racismo está expresso das seguintes formas:
Apesar do grande passo dado na Educação que hoje se apresenta de forma diferenciada e atendendo filosoficamente aos professores e alunos indígenas, temos como contra-ponto todas as necessidades básicas e materiais para implementar tal política.São escassos os materiais bilíngües, rádios comunitárias, tecnologias de informação e comunicação, cds, livros, materiais escolares, salários dos professores, etc. A demarcação das terras indígenas não foi concluída, ou mesmo quando as terras estão demarcadas o governo não adota medidas suficientes para protegê-las e falta apoio para o desenvolvimento sustentável dos povos indígenas.Ver dados em anexo.
As aldeias Guaranis do Morro dos Cavalos e Biguaçu em Santa Catarina afirmam que podem perder sua cultura por não ter disponibilizado tais veículos.A falta de políticas de ação afirmativa para a Educação diferenciada causará o enfraquecimento da identidade cultural.
A participação dos povos indígenas nas instâncias que tratam dos seus direitos é bastante limitada. Podemos constatar que a elaboração e execução das políticas públicas acontecem sem a devida participação dos povos indígenas. E quando há discussões com os povos indígenas, as nossas propostas não são devidamente apreciadas e muito menos aplicadas. A reunião recente dos indígenas com presidentes dos Distritos Sanitários, na qual não compareceu o presidente da Funasa e nem o diretor responsável pela pasta, foi um desastre. O diretor substituto compareceu apenas na abertura da reunião, e por isso os indígenas se retiraram do evento. (site da Coiab).

A falta de políticas consistentes por parte do governo permite que grupos contrários aos direitos indígenas atuem fortemente contra os direitos indígenas, causando insegurança quanto aos direitos territoriais. Exemplo, o Estatuto das Sociedades Indígenas encontra-se paralisado no Congresso Nacional desde 1994.
Os Guaranys estão perdendo suas terras pela falta de demarcação e sentem-se excluídos, como no caso da menor aldeia indígena chamada Jaraguá YTÚ, em Jaraguá, Estado de S. Paulo que possui 1.7 alqueires de terra. Também a terra indígena Baú, dos Kaiapós, no Pará, sofreu diminuição esse ano, assim como no caso das terras dos Krahô-Kanela, que possui terra tradicional, mas o Presidente da Funai, não aprovou o relatório que justifica tradicionalidade, causando uma grande injustiça a esse povo.Dessa forma, sofrem os Caxixós e os grupos do baixo-Amazonas, segundo a Anaí. Povos indígenas e comunidades tradicionais têm sofrido diretamente o impacto e racismo ambiental do desmatamento, das mudanças climáticas, das queimadas, do aquecimento global, da destruição da flora e fauna, da seca no Pará. A fome ameaça cerca de oito mil índios que moram em áreas de influência das calhas de rios que estão secos no Amazonas. Em Manaus, a Funai alertou recentemente, que os Sateré-Maué já passam fome. Além deles, pelo menos mais seis tribos estão ameaçadas. Os Mura, Mundurucus, Parintintins, Porá, Apurinã e Tenharim também estão afetados pela seca. No nordeste indígena a seca causada pelo capitalismo selvagem e pelo aluguel de florestas para terceiros tem deixado povos à revelia. Povos indígenas deveriam ter a “preferência” para cuidar das florestas, já que são natos. Segundo o site do Inbrapi, as comunidades indígenas do semi-árido divulgaram recentemente um documento em que se manifestam contra o projeto de integração do São Francisco às bacias do Nordeste setentrional, também conhecido como transposição do São Francisco. Os índios manifestaram sua posição no documento intitulado Carta Aberta dos Povos Indígenas Ribeirinhos de Pernambuco, Sergipe, Alagoas e” Bahia: “Queremos afirmar nosso repúdio ao Projeto de Transposição do Rio São Francisco, pois a nossa sobrevivência econômica e cultural depende do rio. É deste que irrigamos a terra para plantar e pescamos o peixe para comer. Nossos rituais sagrados têm tudo a ver com o rio, nossas ciências estão nas águas do Velho Chico", diz o texto.O documento é assinado pelas lideranças dos povos indígenas ribeirinhos, Tuxá de Rodelas, Tuxá de Ibotirama, Tumbalalá, Kiriri de Muquém do São Francisco, Pankararu, Xocó e Truká, e várias lideranças dos povos indígenas de Pernambuco, Bahia, Paraiba e Alagoas: Xukuru, Kambiwá, Pankararu, Pankará, Pipipã, Kapinawá, Pataxó Hãhãhãi, Potiguara e Geripankó. O Povo Potiguara, que ocupa tradicionalmente a terra indígena Jacaré de São Domingos, localizada nos municípios de Rio Tinto e Marcação, Paraíba, e preocupado com a importância da garantia do cumprimento dos direitos dos povos indígenas, pede atenção para o julgamento do Mandado de Segurança que solicita a anulação do Decreto do Presidente da República, que, em 1993, homologou a demarcação da terra indígena Jacaré de São Domingos.
2- Nos temas gênero e saúde indígena o racismo de expressa das seguintes formas:
Mortalidade materna e infantil, por desnutrição, fome e miséria são assuntos que ainda rondam povos indígenas, apesar da diminuição dos casos em Dourados, depois que a mídia divulgou amplamente a morte de crianças.A exemplo disso vemos ainda o caso de uma criança de um ano e nove meses e dois bebês recém-nascidos morreram neste mês de outubro/2005 na aldeia indígena guarani Tekoa Pyau, no Jaraguá, na zona oeste da cidade de São Paulo.Mães que entram em hospitais para terem seus bebês e saem mortas, é um caso muito grave em pleno século XXI.
Percebemos o aumento de casos de câncer de colo de útero, associado ao vírus HPV, por relações sexuais, devido aos homens circularem nas cidades grandes e pequenas, buscando sobrevivência. Mudanças de costumes e comportamentos como parto tradicional, por intervenção externa, através de órgãos públicos de saúde (relato das mulheres Xinguanas).Grande incidência de malária, tuberculose e DST/aids, hepatites e rotavírus.Falta de medicamentos, equipamentos, falta de saneamento básico.Inserção de interesses políticos e ingerência política. Povos indígenas reivindicam saúde diferenciada, denunciam órgãos governamentais como a Funasa, coniventes com políticos, apadrinhados, despreparados para lidar com a questão, denunciam os indígenas do Vale do Javari/Am.
3- No tema sobre ocupação de empresas, implantação de projetos alheios aos povos indígenas e invasão de igrejas o racismo de expressa da seguinte forma:
Centenas de empresas estão afetando a sobrevivência indígena, como por exemplo, a Aracruz Celulose/ES, maior produtora de celulose do mundo, denunciam os Guaranys.Outra é a Veracel Celulose que desrespeita os Pataxós da Bahia, mas eles resistem. Os projetos econômicos de exportação como a fábrica de criação de camarão em cativeiro; 2) projeto de turismo industrial (implantação de uma cidade turística internacional em terras indígenas, por um grupo de empresários espanhóis, franceses e brasileiros); 3) projeto de irrigação dentro de terra indígena (através do DNOCS), nas terras dos Tremembés.A grande dificuldade desse povo e de mais outros 13 Povos no Ceará é a não regularização das terras indígenas por parte da FUNAI, assim como centenas de terras indígenas pelo país.No Ceará, já são 17 Povos e somente uma terra indígena está regularizada, oficialmente. Já são cerca de 30.000 indígenas. Isto significa que poucos povos têm direito ao programa de atenção à saúde indígena e também um suporte organizado de apoio e defesa dessas terras.Um dossiê já foi encaminhado à Brasília. A questão da carcinicultura é muito forte. Os empresários compram uma pequena terra e se localizam aí, desmatam tudo que encontram, manguezais, carnaubais, mangueirais. Utilizam a força policial local, dividem as famílias, cercam tudo que podem. O litoral do Ceará está sendo destruído de forma muito violenta. O Ministério Público Federal tem promovido algumas ações e até os juízes tem atendido com liminares impedindo o funcionamento dos empreendimentos, mas as decisões judiciais não são executadas. Tem cercamento de olhos dágua, medição das terras com auxilio de GPS, ameaças de morte e muita perseguição às lideranças mais expressivas que estão à frente da resistência.Também existe um pequeno grupo Potiguara em Fortaleza, imprensado na cidade grande. Não tem só eles. São Potiguara de Paupina, na área metropolitana de Fortaleza.Recentemente aqui aconteceu uma "CPMI-Comissão Parlamentar Mista de Inquérito" sobre a terra no Ceará. Os indígenas estiveram presentes e foram feitas essas e outras denúncias.O Ministério Público Federal realizou em 08 de setembro uma audiência pública em Fortaleza para tratar desse assunto da regularização das terras indígenas no Ceará, denuncia COPICE-Coordenação das Organizações dos Povos Indígenas no Ceará, Fernando Marciano Santos, Tremembé). As igrejas evangélicas dos Grupos Missões Novas Tribos atuam na Amazônia e desconfiguram a cultura e tradições indígenas, denunciam os indígenas da Amazônia.
4-Racismo e discriminação aos indígenas urbanos, intelectuais e desaldeados são expressos da seguinte forma:
O preconceito étnico impôs também que indígenas são os ”índios puros”. Isso nasceu de uma ideologia antropológica e burguesa, inclusive institucional e/ou acadêmica que ainda vê povos indígenas como objetos de estudos e de teses para livros.Se o indígena não estiver dentro desses padrões são observados como oportunistas e não mais como vítimas da sociedade racista. Assim também são considerados os indígenas e seus familiares de segunda ou terceira geração que adotam o êxodo de suas terras indígenas para as cidades, fugindo das violências colonizadoras e néocolonizadoras. Instituições como algumas igrejas, universidades e organizações ainda dividem a opinião pública indígena sobre seus próprios parentes que um dia, ou no passado tiveram que deixar suas aldeias em busca de sobrevivência e incitam colocar em dúvida a identidade indígena desses imigrantes.Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro Histórico e Geográfico), há 700 mil indígenas no Brasil, entre adiados e desaldeados e segundo o Cimi (Conselho Indígena Missionário), mais da metade vivem nas cidades.
A Ação Cultural Indígena Pankararu denuncia a favelização dos índios urbanos e as péssimas condições de moradia, saúde e educação.Na Grande Rio (RJ), as etnias Fulni-ô, Potiguara, Pankararu, Guarani, Pataxó, Terena, Kaingang, Xavante e Pankararé, em Vitória da Conquista (Bahia) os Fulni-ô, em Mogi Mirim (região de Campinas) e Rio Preto os Pankararu e Tapeba estão vivendo situação de precariedade.Segundo Opção Brasil, hoje existem 14 etnias morando no ABC, 9 em Guarulhos e 32 etnias morando na grande SP. Pelo IBGE no abc existem 3700 indígenas e na grande SP seriam 35mil.Nas grandes cidades da Amazônia, Nordeste, Centro-Oeste e Sul também se encontra um número altíssimo de etnias indígenas vivendo situação de precariedade, excluídos, por ser um povo pobre e racialmente discriminado por seu biotipo.Finalmente, Brasil!
BRASIL (Texto do livro METADE CARA, METADE MÁSCARA de Eliane Potiguara)
Que faço com a minha cara de índia?
E meus cabelosE minhas rugasE minha históriaE meus segredos?
Que faço com a minha cara de índia?
E meus espíritosE minha forçaE meu TupãE meus círculos?
Que faço com a minha cara de índia?
E meu ToréE meu sagradoE meus "cabôcos"E minha Terra
Que faço com a minha cara de índia?
E meu sangueE minha consciênciaE minha lutaE nossos filhos?
Brasil, o que faço com a minha cara de índia?
Não sou violênciaOu estuproEu sou históriaEu sou cunhãBarriga brasileiraVentre sagradoPovo brasileiroVentre que gerouO povo brasileiroHoje está só...A barriga da mãe fecundaE os cânticos que outrora cantavaHoje são gritos de guerraContra o massacre imundo
Eliane Potiguara

Em anexo: Declaração do Comitê Indígena Brasileiro contra o legado continuado de Discriminação e Racismo contra os povos indígenas do Brasil: DECLARAÇÃO DE DURBAN/2002/ÁFRICA DO SUL. Também em anexo, Diretrizes dos Povos Indígenas, Quilombolas e Comunidades tradicionais para a proteção dos Conhecimentos Tradicionais/Inbrapi
(*) Eliane Potiguara é remanescente Potyguara, nasceu num gueto indígena no Rio de Janeiro. Tem 55 anos, é escritora e professora. Foi indicada no Projeto Mil Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz. Coordena o Grumin/Rede de Comunicação Indígena e criou a primeira organização de mulheres indígenas do país, o Grumin/Grupo Mulher-Educação Indígena, em 1989. É Diretora do Inbrapi (Instituto Indígena Brasileiro para a Propriedade Intelectual) e Conselheira e uma das fundadoras do Comitê Intertribal. É autora do livro Metade cara, metade máscara, S.Paulo, Editora Global, Série Visões Indígenas, 2004.A série é coordenada por Daniel Munduruku, escritor indígena.
Contatos:elianepotiguara@terra.com.br e elianepotiguara@yahoo.com.br
http://www.elianepotiguara.org.br
http://groups.yahoo.com/group/literaturaindigena

05 outubro, 2005

Seminário abre discussões sobre as encruzilhadas da COP-8

Seminário abre discussões sobre as encruzilhadas da COP-8
No primeiro dia do encontro que reuniu lideranças indígenas e pesquisadores tanto brasileiros quanto estrangeiros, a polêmica principal girou em torno da garantia do direito de repartição de benefícios e do chamado consentimento prévio informado para o acesso a conhecimentos tradicionais já publicados ou inseridos em bancos de dados. “Pontos críticos para uma política de proteção aos conhecimentos tradicionais” foi o título da mesa que abriu, na manhã desta terça-feira, dia 4 de outubro, em Brasília, o seminário As encruzilhadas das modernidades: da luta dos Povos Indígenas no Brasil ao destino da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), promovido pelo Instituto Socioambiental, o Instituto Indígena Brasileiro para a Propriedade Intelectual (Inbrapi) e a organização francesa Institut du Développment Durable et des Relations Internationales (IDDRI). O encontro irá discutir até a próxima quinta-feira, dia 6, a legislação nacional e internacional sobre o acesso aos recursos genéticos e a proteção aos chamados conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade, entre outros temas. Também será discutido o cenário internacional que se desenha para as negociações sobre o assunto com a realização da 8ª Conferência das Partes Signatárias (COP-8) da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), em Curitiba, em março de 2006. Participam do seminário mais de 170 representantes indígenas, técnicos, especialistas, pesquisadores e integrantes de organizações não-governamentais e governamentais do Brasil, Colômbia, Panamá, Peru, Estados Unidos, França, Alemanha, Filipinas e Grã-Bretanha. O debate da manhã contou com a presença do advogado Fernando Mathias e do biólogo Henry Novion, ambos do ISA, da pesquisadora Terezinha Dias, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e de Jean Marc von Deir Weld, da organização Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA). A principal polêmica ficou por conta da garantia do direito de repartição de benefícios e do chamado consentimento prévio informado para o acesso a conhecimentos tradicionais já publicados ou inseridos em bancos de dados. Os conhecimentos tradicionais incluem conhecimentos, inovações e práticas relativos às propriedades e características da diversidade biológica. Por exemplo: informações sobre o poder curativo de raízes e extratos vegetais. Recurso genético é todo o material de origem vegetal ou animal que contenha a informação genética (DNA) responsável pela produção das substâncias e tecidos essenciais ao organismo (hormônios, proteínas, órgãos etc). Repartição dos benefícios oriundos da biodiversidade é a compensação financeira ou de outra natureza que devem receber os povos tradicionais (índios, quilombolas, ribeirinhos, extrativistas, caiçaras etc) pelas pesquisas feitas a partir de seus recursos naturais ou conhecimentos. O consentimento prévio informado é a autorização preliminar dada por uma comunidade a uma pesquisa ou estudo realizado em seu território, com seus conhecimentos ou recursos. Como repartir benefícios de conhecimentos já publicados? A controvérsia existente sobre o assunto se baseia no fato de que alguns pesquisadores e instituições, como a Embrapa, consideram que conhecimentos tradicionais que já tenham sido publicados não implicariam direitos ou benefícios para os povos tradicionais. Terezinha Dias considerou “utópica” a possibilidade de exigir benefícios para conhecimentos já publicados em livros e recursos genéticos depositados em bancos de sementes e herbários do mundo inteiro. “Como vamos fazer em relação a estes casos? Vamos fortalecer um arcabouço legal bem constituído e ético, mas que não é exequível? Temos de botar o pé no chão”, disse a pesquisadora. A representante da Embrapa afirmou que, da mesma forma como não é possível legislar e controlar o acesso feito a conhecimentos em outros países, as restrições ao acesso a informações já publicadas no Brasil deixariam os pesquisadores nacionais em desvantagem. “Devemos pensar no problema da ética, mas também sobre quem vai sair prejudicado. Como isto vai afetar o desenvolvimento científico nacional?” Para Fernando Mathias, que fez uma exposição sobre os principais aspectos da legislação sobre o tema em vigor atualmente no País, o fato de uma pesquisa ser realizada para fins comerciais ou apenas acadêmicos precisa ser levado em consideração na discussão dos mecanismos de repartição de benefícios e de consentimento prévio informado. “Muitas pessoas acham absurdo exigir o consentimento prévio sobre conhecimentos já disponíveis em bibliotecas, por exemplo. Mas no caso de pesquisas com fins econômicos, é preciso considerar a necessidade de consentimento mesmo em etapas diferentes do processo de pesquisa e desenvolvimento de produtos.” Mathias também fez referência à outra polêmica, que diz respeito à titularidade múltipla dos conhecimentos tradicionais. Ou seja, quando várias comunidades ou povos detêm determinado conhecimento. “Precisamos trabalhar na perspectiva de valorizar o patrimônio cultural dos povos em nossas políticas públicas. Isso é mais importante do que tentar identificar qual é o detentor exato de um certo conhecimento.” O advogado defendeu a criação de um fundo de repartição de benefícios para casos em que existam vários titulares de uma mesma informação. Respeito à autonomia dos povos indígenasJá a diretora-executiva do Inbrapi, Fernanda Kaigang, defendeu que o respeito aos princípios da CDB, da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da própria Constituição Federal poderia simplificar as discussões internacionais e nacionais sobre o tema. “Todas estas leis e normas prevêm o respeito à autonomia dos povos indígenas sobre os seus recursos e conhecimentos. Falta informação sobre isso na sociedade brasileira.” Fernanda lembrou que a CDB, por exemplo, tem caráter vinculante, ou seja, os países signatários são obrigados a obedecer seus preceitos. A advogada indígena voltou a denunciar as restrições à participação dos povos indígenas nas negociações internacionais sobre o assunto e também no Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), colegiado interministerial responsável pela regulamentação e controle das pesquisas feitas com recursos genéticos e conhecimentos tradicionais. Fernanda propôs que, a partir de agora, todos os fóruns nacionais e internacionais de discussão do tema tenham representantes indígenas reconhecidos oficialmente. ISA, Oswaldo Braga de Souza.

02 setembro, 2005

A CRUZADA GUARANI

GRUMIN/REDE DE COMUNICAÇÃO INDÍGENA

A CRUZADA GUARANI
"Singular e assombroso o destino de um povo como os Guarani!Marginalizados e periféricos, nos obrigam a pensar sem fronteirasTidos como parcialidades, desafiam a totalidade do sistema.Reduzidos, reclamam cada dia espaços de liberdade sem limitesPequenos, exigem ser pensados com grandeza.São aqueles primitivos cujo centro de gravitação já está no futuro.Minorias, que estão presentes na maior parte do mundo."(Bartomeu Meliá)

Com o objetivo de reivindicar o que se supõe deveria ser na história o verdadeiro sentido da civilização guarani, surgiu, entre alguns escritores, uma corrente que inaugurou uma série de discussões polêmicas.
Uma destas correntes, entende que pertence ao patrimônio histórico da raça guarani a invejável civilização dos astecas do México e dos Incas do Peru e que todo esse monumento de glórias, criminosa e miseravelmente destruído pelos espanhóis, foi roubado a essa família indígena.
Obedecendo esta ordem de idéias, concebe ela que os guaranis chegaram a fundar, nos demais recantos da América do Sul, uma considerável civilização pré-colombiana e que os europeus a destruíram com tal habilidade que até os vestígios desapareceram.
A Grande Confederação Guaranítica, compreendeu inúmeras nações esparramadas pelo Continente Sul Americano, sendo a capital dessa civilização uma grande cidade denominada "Mbaeveraguasú". Imaginam os defensores dessa corrente, que os guaranis eram comunistas puros, organizados em Estado, com feição altamente civilizada. Para eles a palavra "guarani", tinha um sentido amplo e compreendia todos os indígenas de mais da metade do continente americano, excluindo-se, algumas raças que reputavam inferiores, sem as qualidades que ornam o caráter e a inteligência das múltiplas nações guaranis.
Há entretanto, algumas tribos, que não sendo guaranis, acomodaram-se aos costumes destes, em uma fusão regular, sendo por isso mesmo seus parentes, ou vassalos, como aconteceu com os "Aruacás", que acompanharam os "Caraivés", desde as Antilhas, como seus escravos.
Percebe-se portanto, que os guaranis correspondem ao homem sul-americano por excelência.

COMO TUDO COMEÇOU...

Para nos assenhorarmos dos verdadeiros pendores que dominam a alma coletiva de tão curiosa civilização, teremos que buscar recursos na história.
A nação guarani à luz do "descobrimento" conglomerava diversos povos. Com a chegada dos espanhóis (1537 em Assunción), foram diferentes as formas de contato e distintas as adaptações históricas-culturais da nação guarani. Podemos dividi-los a partir deste momento, em três grupos, ou três trajetórias.
1. O indígena que sofreu o impacto imediato do colonialismo. Encontramos aqui o índio "civilizado" e o escravo encomendado. Os índios civilizados, foram aqueles que lhes foi roubada a felicidade e convencidos à força de que os donos da civilização era os europeus. Estes foram os que mais sofreram adaptações. Já o índio encomendado, era aquele entregue ao espanhol para a catequese e conversão. Doutrinavam os índios em troca da utilização de seu trabalho. Na verdade, tal troca, acobertava uma disfarçada escravidão. Desse grupo, sobraram muito poucos, pois conduzidos a um cativeiro deshumano, acabaram dizimados, pela intensidade do trabalho forçado ou pelas inúmeras doenças trazidas pelos conquistadores.
2. Os guaranis reduzidos ou missioneiros, que buscavam refúgio da sanha colonial nas reduções jesuíticas. As reduções se constituíam em um Estado dentro do Estado. Neste aldeamentos fechados, os índios aprenderam ofícios tornando-se artesãos, marceneiros, carpinteiros e músicos, o que lhes permitiu dirigirem-se para os centros urbanos, como Montevidéu, Buenos Aires e Santa Fé, após a expulsão dos jesuítas das colônias ibéricas.
No inicio da civilização, os colonos sentiram a necessidade imprescindível do auxílio do missionário para a pacificação indígena. Mas, aos poucos o homem branco, emancipou-se daquela dependência e aliando-se com o mameluco, organizaram-se em bandeiras e, armados em verdadeiros exércitos, passaram a caçar o índio, para explorar e corromper. Eram invencíveis, sobretudo em uma luta com missionários e índios inermes. Ao desejo de enriquecer aliava-se a sede de glória, iniciando-se deste modo, um genocídio. Poucos foram os que conseguiram bater em retirada, único meio de fugir aquela ameaça de destruição. Mas, mesmo experimentando grande regozijo de escapar à sanha de seus agressores, tiveram os heróicos retirantes de enfrentar muitos perigos e sofrimentos durante a sua longa cruzada de fuga.
Alguns dirigiram-se para o Paraguai, onde o Guarani Paraguaio é hoje falado por cerca de 3 milhões de pessoas; para a Bolívia, onde o Guarani Boliviano (ou Chiriguano) é falado por cerca de 50 mil pessoas e para o norte da Argentina. Dos índios capturados, alguns tornaram-se escravos dos bandeirandes (séc. XVIII) e outros tornaram-se empregados de fazendeiros brasileiros e paraguaios, que iniciaram a ocupação destas terras com a extração da erva-mate.
3. O terceiro grupo a salientar, é o guarani que permaneceu fora do alcance da fome colonial, mantendo-se escondido nas densas florestas paraguaias. Os Caaguá foi um grupo que logrou manter sua cultura quase que intacta. Dele descendem os Guarani Mbya, Chiripá ou Ñandeva e os Paitvyterã ou Kaiowá. Eles foram raramente visitados por algum viajante no século XIX e conseguiram passar para o século XX, sem interferências exteriores.

A ALMA GUARANI

O guarani é um indivíduo profundamente espiritual. Embora haja muitos sub-grupos, todos compartilham de uma religião que enfatiza a terra. O conceito de terra para eles está relacionada a idéia de terra-sem-males, na concepção de "bem viver", um lugar onde se vive o "teko" (jeito de ser). Ou seja, não concebem a terra em sua materialidade, mas a consideram como necessária para ser construída e arada culturalmente.

Seguindo mensagens de Nhanderú, eles buscam o que acreditam ser a "Terra sem Males", um lugar onde não falta caça, pesca e muita paz. A sua procura, localizada no imaginário dos Guarani, para além do Atlântico, por si só, não minimiza as responsabilidades dos brancos sobre os poucos espaços territoriais que sobraram para esses índios. A sua perambulação, organizados em pequenos grupos familiais, por estradas e rodovias do Sul e Sudeste do país, é uma face trágica dessa diáspora.
"Por uma terra sem males” é o sugestivo lema da Campanha da Fraternidade 2002.
O MITO DA TERRA-SEM-MALES
O grupo com o qual Nimuendaju (Curt Unkel, 1883-1945, etnólogo alemão) teve contato, guardou em seu imaginário mitológico a iminência da destruição do mundo por um incêndio e um dilúvio e a entrada em uma terra onde não haveria mais sofrimento, nem morte.
Conta este mito dos Guarani, "quando Nhanderuvuçu ( nosso grande Pai) resolveu acabar com a terra, devido à maldade dos homens, avisou antecipadamente Guiraypoty, o grande pajé, e mandou que dançasse. Esse obedeceu-lhe, passando toda a noite em danças rituais.
E quando Guiraypoty terminou de dançar, Nhanderuvuçu retirou um dos esteios que sustentam a terra, provocando um incêndio devastador. Guiraypoty, para fugir do perigo, partiu com sua família para o Leste, em direção ao mar. Tão rápida foi a fuga, que não teve tempo de plantar nem de colher mandioca. Todos teriam morrido de fome, se não fosse o seu grande poder que fez com que o alimento surgisse durante a viagem. Quando alcançaram o litoral, seu primeiro cuidado foi construir uma casa de tábuas, para que quando viessem as águas, ela pudesse resistir. Terminada a construção, retomaram a dança e o canto.O perigo tornava-se cada vez mais iminente, pois o mar, como que para apagar o grande incêndio, ia engolindo toda a terra. Quanto mais subiam as águas, mais Guiraypoty e sua família dançavam.E para não serem tragados pela água, subiram no telhado de casa. Guiraypoty chorou, pois teve medo. Mas sua mulher lhe falou:" Se tens medo, meu pai, abre teus braços para que os pássaros que estão passando possam pousar. Se eles sentarem no teu corpo, pede para nos levar para o alto."E, mesmo em cima da casa, a mulher continuou batendo a taquara ritmadamente contra o esteio da casa, enquanto as águas subiam.Guiraypoty entoou então o nheengaraím, o canto solene Guarani. Quando iam ser tragados pela água, a casa se moveu, girou, flutuou, subiu... subiu até chegar à porta do céu, onde ficaram morando.Esse lugar para onde foram chama-se YvY marã ei ( a "terra sem males"). Aí as plantas nascem por si próprias, a mandioca já vem transformada em farinha e a caça chega morta aos pés dos caçadores. As pessoas nesse lugar não envelhecem e nem morrem, e aí não há sofrimento."
Durante diversos espaços de tempo e de formas variáveis, grupos guarani reviveram historicamente este mito. Relatado por Curt Nimuendaju (nome que significa "homem que abriu seu próprio caminho"), no início do século XX, os pajés dos Guarani Apapocuva, buscaram a Terra-sem-mal no leste. Em todas as viagens apontadas para esta direção, o mito se fez história.
A Terra-sem-mal era uma dádiva a ser encontrada, localizada à leste, além do oceano e no alto.

TRAJETÓRIA E OBJETIVO
DA MIGRAÇÃO

A causa do êxodo Guarani sempre foi a imperativa necessidade de encontrarem um lugar onde possam viver em segurança, segundo seu antigo modo de ser, ou seja, a busca da "Terra-sem-males".
"Os primeiros que abandonaram a sua pátria, migrando para o leste foram os vizinhos meridionais dos Apapocuva: a horda dos Tañyguá, sob a liderança do pajé chefe Ñanderyquyní, que era temido feiticeiro. Subiram lentamente pela margem direita do Paraná, atravessando a região dos Apapocúva, até chegar à dos Oguauíva, onde seu guia morreu. Seu sucessor, Ñanderuí, atravessou com a horda do Paraná - sem canoas, como conta a lenda - , pouco abaixo da foz do Ivahy, subindo então pela margem esquerda deste rio até a região de Villa Rica, onde cruzando o Ivahy, passou-se para o Tibagy, que atravessou na região de Morro Agudos.

Rumando sempre em direção ao leste, atravessou com seu grupo o rio das Cinzas e o Itararé até se deparar,finalmente com os povoados de Paranapitinga e Pescaria na cidade de Itapetinga, cujos primeiros colonos nada melhor souberam fazer que arrastar os recém-chegados a escravidão. Eles porém, conseguiram fugir, perseverando tenazmente em seu projeto original, não de volta para o oeste, mas para o sul, em direção ao mar. Escondidos nos ermos das montanhas da Serra dos Itatins fixaram-se então, a fim de se prepararem para a viagem milagrosa através do mar à terra onde não mais se morre." Os Guarani Mbya, começaram a chegar, ao que se sabe, a partir do início do século XX. Em 1921, Nimuendaju, na época funcionário da antigo SPI, teve a ventura de acompanhar de perto a migração de um pequeno grupo Mbya rumo ao mar.

Esta fantástica experiência não modificou apenas o modo desse antropólogo alemão encarar a sociedade Guarani, como a partir de então, iria influenciar de maneira decisiva, o modo como a maioria dos antropólogos passaria a ver os Guarani.
Dizimados por doenças e obcecados com a fuga da destruição do mundo, Nimuendaju alcançou-os perto de Itanhaém/SP. Quando chegaram ao litoral, termina sua viagem horizontal e histórica. Inicia-se então a caminhada que deveria, através da dança, tomar um rumo vertical. Dançaram três dias até a exaustão e então veio a terrível decepção: o fracasso. "Havia ocorrido algum erro, que anulara toda a magia e que, fechara para sempre o caminho para o Além aos peregrinos". A maioria dos Guarani convenceu-se que já não poderiam alcançar a "Terra-sem-mal", pela falta de um instrumento e pela interpretação incorreta do mito.
Depois partiram "na direção do noroeste, convencidos de que a Terra-sem-mal se localizava, não além do oceano e sim no centro da Terra". Segundo Egon Scahden, somente poderiam ir em sua busca, aqueles que guardavam intactas suas crenças originais.
Hoje existem "aqueles que acreditam que só sua alma retornará a Nhanderú retã." Mas há ainda aqueles, que acreditam conseguir atravessar o oceano com corpo e alma e superando a prova da morte, serem testemunho da tradição.

Uma alucinada tentativa de alcançar a qualquer custo a Terra-sem-mal, pode ser observada entre os Guarani e Kaiowá no Mato Grosso do Sul. Nos anos entre 1986 a 2000, 337 índios das áreas de Dourados, Amambaí, Caarapó, Porto Lindo e Takuapery, cometeram suicídio. A ampla espoliação de seu território físico e espiritual e a falta de perspectiva de encontrarem a sua prometida terra-sem-mal, os levaram a depressão profunda, o que concorreu para a concretização de tão trágico fim.
Na utopia da Terra-sem-mal, o imediatismo histórico ficou frustrado.
Em busca da "Terra-sem-mal", vivem hoje os Guarani, ameaçados do Mal sem Terra.
A batalha dos Guarani pela sobrevivência física e cultural continua nos dias atuais, no Paraguai, Argentina e Brasil (Maranhão, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). A luta pela demarcação ou reconquista de suas terras confundem-se com a recuperação de sua identidade étnica.
Os Guarani somam hoje, aproximadamente, trinta mil pessoas em todo o território brasileiro.
Com esta pequena contribuição, viso despertar a curiosidade do leitor à tudo que se refere à civilização do índio sul-americano que até nossos dias permanece como objeto de acurado estudo. Enfatizo também, meu carinho e respeito pelas tradições deste povo, guardando como relíquia preciosa tudo o que evoca sua história e anima a lembrança de seus dias mais remotos.

"America Ameríndia,aínda na Paixão:um dia tua Morteterá Ressurreição!"





Bibliografia consultada
C. Nimuendaju Unke. As Lendas de criação e destruição do mundo como fundamentos da religião dos Apapokura-Guarani. SP. 1987.
M. I. Queiroz - O Mito da terra sem males: uma utopia guarani?. Revista de Cultura Vozes. 67/1 (1973)
M. Bartolomeu. El guarani: experiência religiosa. Asunción. 1991
E. SCHADEN. Aspectos fundamentais da cultura guarani. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1962.


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21 julho, 2005

1º E-BOOK INDÍGENA NA INTERNET

GRUMIN/Rede de Comunicação Indígena
http://grumin.blogspot.com


1º E-BOOK INDÍGENA NA INTERNET
CONVOCATÓRIA
( somente para Povos indígenas)


Introdução:

O NEI (Núcleo de Escritores Indígenas) do Inbrapi ( Instituto Indígena Brasileiro para a Propriedade Intelectual), do qual fazemos parte, em parceria com o Grumin/Rede de Comunicação Indígena e Vanderli Medeiros Produções Digitais, está preparando o 1º E-Book, na Internet. No ano passado, em setembro realizamos o 1º Encontro de Autores e Escritores Indígenas. Foi lançado o primeiro livro da Coleção Visões Indígenas, em papel. Foi um primeiro começo. Agora estamos convidando VOCÊ( indígena) e novos autores indígenas que querem fazer farte desse e-book, a enviar seu texto( 30 linhas) até 15 de agosto 2005. É um começo do novo.

Objetivos do E-book:

1_ Dar visibilidade a autores e escritores indígenas.
2_ Incentivar povos indígenas à autoria e escritura indígenas.
3_Difundir artistas indígenas nesse segmento.
4_ Promover e divulgar o pensamento indígena brasileiro a partir da criação individual literária ou de autoria.
5_Utilizar a ferramenta da Internet, através do Programa( software) de e-books, como cartão de visitas para cada autor sem o menor custo, para que cada um possa apresentá-lo à segmentos editoriais alternativos, ou a sua Organização.
6-Promover e aglutinar autores e escritores num portifólio, objetivando o crédito e o fortalecimento e a divulgação do tema.
7-Disponibilizar o e-book final em diversos sites parceiros.


Regulamento:

1- Enviar texto final( não é proposta) contendo 30 linhas com título, digitado, pela Internet, até15 de agosto, indicando nome, etnia indígena e pequena referência. Serão aceitos textos políticos, textos poéticos, textos lendários, textos históricos, textos sobre o cotidiano, textos espirituais, textos informativos, textos publicitários, textos filosóficos abordando a cosmovisão indígena a partir de sua realidade em sua aldeia, ou experiências.Também serão aceitos textos a cerca de reflexão sobre saúde, educação, meio-ambiente e desenvolvimento indígenas.Qualquer idade pode participar, desde que seja de autoria do próprio autor, não pode ser de autoria de terceiros nem colhidos na Internet. Enviar e-mail até 15 de agosto para:

elianepotiguara@yahoo.com.br

2- O E-book _FINALIZADO_ deverá ser entregue ao endereço de e-mail que você enviar, 30 dias após a data de envio do texto, totalmente gratuito.VOCÊ FARÁ UM BOM PROVEITO DESSA PUBLICAÇÃO, assim como terá um material de divulgação nas suas mãos.

3- Essa oportunidade é para povos indígenas.


"Aceitar desafios, divulgar o conhecimento tradicional utilizando o mundo moderno, utilizando as tecnologias de informação( Tics ) também é um passo na luta pelos direitos indígenas. O mundo pode aprender a construir um novo homem e uma nova mulher a partir da ética e conhecimentos indígenas. Nossos conhecimentos valem muito pra nós, divulguemos, sem perder as rédeas da origem de nossas ervas, culturas, medicinas, histórias, pinturas, artesanatos. As histórias de nossos avós, bisavós e tataravós. Tudo isso pertence a cada etnia indígena. O mundo precisa saber disso! E você é o condutor. Experimente!"Eliane Potiguara(INDICADA OFICIALMENTE AO PRÊMIO NOBEL DA PAZ, no Projeto Mil mulheres do Mundo)

Obs: Essa oportunidade é para PESSOAS INDÍGENAS.

ELIANE POTIGUARA"A violação aos Direitos Indígenas divide famílias. O respeito as suas tradições, identidade, cosmovisão, espiritualidade e ancestralidade perpetuam o AMOR entre povos e entre homem e mulher". Texto: Eliane Potiguara

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